Inaugurados há cerca de nove meses, os Hospitais de Urgência de Trindade e Aparecida de Goiânia não têm condições de funcionar como unidades de urgência e emergência. Uma vistoria do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), realizada na duas unidades, constatou que os hospitais não possuem a estrutura mínima necessária para o funcionamento como hospital de urgências. As duas unidades não têm alvará sanitário nem registro no Cremego, o corpo clínico também está incompleto, ainda faltam materiais e equipamentos, como os de anestesia. Um relatório com as deficiências encontradas em cada hospital foi entregue, no dia 14, por diretores e o presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, ao procurador Geral de Justiça do Estado, Eduardo Abdon. Na próxima semana, o presidente do Cremego espera se reunir com o secretário Estadual de Saúde, os secretários Municipais de Saúde de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Trindade e com os diretores técnicos e administrativos dos Hospitais de Urgência de Trindade e Aparecida de Goiânia para buscarem, juntos, uma solução para o problema dos dois hospitais, que estão funcionando de forma precária enquanto o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) continua superlotado. “Não queremos o fechamento dos Hospitais de Urgências de Trindade e de Aparecida de Goiânia, mas o bom e pleno funcionamento dessas unidades”, diz o presidente do Cremego. Porém, se não houver uma solução para os problemas detectados pela fiscalização do Cremego, os hospitais poderão sofrer uma interdição ética. Com isso, os médicos ficariam impossibilitados de trabalhar nas unidades, inviabilizando o funcionamento dos hospitais. Atualmente, o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia funciona parcialmente, mas não atende os casos mais complexos de urgência. O Hospital de Urgências de Trindade também não atende urgências e emergências, que são encaminhadas para o Centro de Saúde 24 horas “Dr. Sizenando da Silva Campos”. Segundo o relatório da vistoria do Cremego, a unidade funciona como hospital e maternidade e realiza somente procedimentos cirúrgicos eletivos não oferecendo, portanto, o suporte adequado ao atendimento de emergência.