A violência doméstica em tempos de Covid-19 foi o tema do minissimpósio realizado pelo Cremego, no último domingo (4).

Convidada do evento, a Delegada Titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Goiânia (1ª DEAM), Paula Meotti, relatou que o tema ainda é visto com repulsa, pois as pessoas acreditam que já não há um direito que as mulheres não tenham conquistado.

“Porém, as mulheres ainda são vistas como inferiores e não possuem o mesmo direito de fala dentro de um relacionamento. É por isso que, quando elas vão contra o homem ou decidem terminar, ele se sente ‘proprietário’ dela e acha que pode atentar contra a vida da mulher”, ressaltou.

A respeito da quantidade de casos de violência doméstica durante a pandemia, Paula explicou que ainda não é possível ter um diagnóstico preciso. Segundo ela, nos primeiros meses de isolamento social, houve uma redução de denúncias, mas após a volta das atividades, a Delegacia recebeu mais vítimas.

Também esteve presente a Promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás e integrante do Núcleo Estadual de Gênero do órgão, Tamara Rivera. Ela mostrou que a violência contra a mulher não é só a física, mas também a psicológica e a financeira, entre outras.

De acordo com ela, são inegáveis os avanços da legislação, mas a conscientização da sociedade também é essencial. “Nós não poderemos vencer a violência doméstica se não fizermos esse trabalho de forma conjunta. Culturalmente, ainda estamos engatinhando e construindo aos poucos essa nossa mentalidade”, afirmou.

A importância do amparo do médico às vítimas também foi abordado no minissimpósio. A ginecologista Joice Pereira relatou como os profissionais de sua especialidade podem ajudar. “Em muitas vezes, nós, ginecologistas, somos também os confidentes das pacientes. Algumas histórias de violências são contadas para a gente de forma explícita, mas outras não. Então, temos que praticar uma escuta ativa para entender tudo o que pode estar por trás de uma depressão ou ansiedade, por exemplo”.

Ela ainda mencionou como é fundamental que todos os profissionais que lidam com mulheres vítimas de violência saibam praticar o acolhimento sem julgar.

Confira o evento na íntegra pelo canal no Youtube do Cremego. Clique aqui.
 
 
 
(Matéria aprovada pelo 1º Secretário/Cremego 05/10/20)

Youtube Instagram Facebook
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.