Confira algumas reportagens veiculadas na imprensa goiana sobre a paralisação dos médicos do SUS. Os textos reproduzem as matérias na íntegra:

 

O POPULAR – 26/10/11

Paralisação nacional

Médicos denunciam caos no SUS

Paralisação de serviços foi pequena. Movimento aponta falta de condições de trabalho

Carla Oliveira (colaborou Alfredo Mergulhão)

Apesar do anúncio da paralisação do atendimento, nos casos que não configurassem urgência e emergência, o atendimento nas unidades de saúde pública de Goiânia foi praticamente normal no dia de ontem. Profissionais de todo o País se mobilizaram contra a falta de condições de trabalho nas unidades públicas, com previsão de adesão em 21 Estados. Em algumas unidades, a paralisação foi parcial. Em parte delas, a espera por atendimento foi maior e os casos, que chegaram ao pronto-socorro, classificados com ficha verde. A mobilização, no entanto, chamou a atenção para as precárias condições de trabalho e falta de material e insumos básicos para o atendimento nas unidades.

De acordo com dados divulgados pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), no Estado existem praticamente a metade da quantidade de vagas em unidades de terapia intensivas (UTIs) considerada ideal pelo Ministério da Saúde. São 1,1 vaga para cada 10 mil habitantes, quando o número apropriado é de 2 para cada 10 mil habitantes. A situação é crítica em todo o País. Mas Goiás está com média pior que a nacional, que é de 1,3 UTI para o mesmo número de habitantes.

Ontem, uma comissão de representantes dos médicos visitou o Hospital Materno-Infantil (HMI), unidade da rede estadual, e o Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) da Chácara do Governador, unidade municipal. Nos dois locais, o que se viu, segundo os representantes, foi uma situação muito pior do que a imaginada e mais grave do que a encontrada há cerca de um mês, quando os médicos realizaram greve.

De acordo com o presidente do Cremego, Salomão Rodrigues, no HMI, a questão das UTIs, que já era crítica, piorou devido à falta de profissionais. Metade dos leitos de UTI materna (cinco) foi fechada. Todos os leitos pediátricos, num total de oito, foram desativados. Funcionam em sua totalidade apenas os leitos de UTI neonatais. Conforme Salomão, o problema é a falta de profissionais. “Há 40 bebês na unidade de cuidados intermediários, que atende casos que necessitam de UTI sem estar preparadas para isso”, afirma.

A comissão também esteve no Cais da Chácara do Governador, considerada uma das duas melhores unidades de saúde da rede municipal de saúde de Goiânia. Lá, a surpresa não foi menor. Profissionais denunciaram a falta de material básico, como luvas, e de medicamentos, desde antibióticos, e também de equipamentos.

Caos

A médica Nágylla Justo Lobo de la Rocha, clínica geral que atende nas unidades da Chácara do Governador e Cândida de Moraes, assinala que as unidades estão recebendo pacientes de alta complexidade sem a estrutura necessária para o atendimento. “Alguns pacientes ficam até cinco dias esperando uma vaga na rede. A gente chega à unidade para atender e falta tudo. Hoje (ontem) falta luva e só temos um medicamento. O SUS está falindo. Precisa de reforma urgente”, alerta a profissional.

Nágylla diz ainda que faltam equipamentos essenciais para atendimento de pacientes graves. A médica Lia Amaral acrescenta que faltam equipamentos essenciais, como os oxímetros (necessários para a acompanhar a saturação de oxigênio). “Cada médico já tem o seu, porque não encontra na unidade”, afirma.

A reclamação é unânime entre os médicos do Cais Chácara do Governador, considerada uma das melhores unidades de Goiânia. Eles apontam problemas estruturais, como infiltrações nas paredes dos consultórios, falta de equipamentos e de papel toalha. Também mostram cadeiras da espera sem encosto, macas enferrujadas, entre outros.

Ontem de manhã, no Cais Chácara do Governador, Roberci Barbosa Ferreira, de 51 anos, aguardava em uma maca, no corredor da unidade, pelo atendimento, acompanhada do marido José Luís Ferreira, de 53.

A diarista Maria de Souza, de 49, chegou à unidade por volta das 7h30, mas desistiu de aguardar atendimento no setor de emergência, em função da incerteza do atendimento, já que seu caso não era considerado grave. “Não fui atendida. Um enfermeiro disse que só iam atender os piores casos”, contou.

A dona de casa Alcelina Inácio, de 55, aguardava pela consulta sem saber se seria atendida. “A médica ainda não chegou e não sabem informar se ela vem”, afirmou. A mesma dúvida era enfrentada pela diarista Marly Nogueira Lopes, de 34, que levava resultados de exames para a médica.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego), Leonardo Reis, a adesão ao movimento foi importante. “Mas mais do que a adesão, o importante é a mobilização dos médicos para que levem aos gestores e sociedade a repercussão da falta de de financiamento do SUS. Nosso objetivo é atingir as autoridades e garantir a aprovação da regulamentação da Emenda 29 e mais recursos para a saúde pública”, diz.

“Nosso compromisso não é em prol da assistência possível, mas da necessária”, assinala o vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Eduardo Santana. Segundo afirma, não é possível oferecer assistência adequada com unidades funcionando com apenas 40% de sua capacidade, hospitais com portas fechadas e uma política de recursos humanos que expulsa médicos e outros profissionais de saúde do SUS.

SMS diz que rotina não foi alterada

Diariamente, cerca de 6 mil consultas são realizadas nas unidades de saúde pública da capital, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Metade delas pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). O restante ocorre nos centros de saúde e ambulatórios. Cristina Laval, diretora de atenção à saúde da SMS, acredita que essa média permaneceu praticamente inalterada ontem, durante a paralisação dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“O serviço foi oferecido com 99% de normalidade na parte ambulatorial”, afirmou. Cristina Laval disse que os maiores problemas foram enfrentados justamente nos casos de urgência e emergência, nos quais o atendimento não seria interrompido pelo movimento grevista. Os médicos só queriam atender pacientes classificados com risco amarelo e vermelho.

Durante a tarde, havia médicos atendendo nos Centros de Assistência Integral à Saúde (Cais) Campinas, Urias Magalhães e Vila Nova. A espera era grande, assim como as filas, mas as consultas eram realizadas. Conforme Cristina, ainda existem problemas com abastecimento de insumos básicos, como luvas, papel toalha, sabonetes e copos e alguns medicamentos específicos de urgência, adquiridos inicialmente pelo mecanismo de compras emergenciais, mas que foram insuficientes para suprir a demanda, em função de uma mudança no perfil dos pacientes que estão sendo atendidos nas unidades.

Ela acrescenta ainda que, há cerca de três semanas, a secretaria recebeu monitores cardíacos, que estão sendo distribuídos na rede, e oxímetros, que também estão sendo repassados. Quanto aos problemas estruturais, diz Cristina Laval, a solução demanda um tempo maior. “Estamos liberando recursos para as unidades resolverem as questões emergenciais e, no médio prazo, vamos recompor as unidades, com base em cronograma elaborado”, diz. Os problemas existem sim, admite a diretora da SMS, mas estamos tentando organizar, abastecer e melhorar o atendimento para a sociedade e trabalho dos profissionais.

Diretora técnica do Cais Chácara do Governador, Cárita Vieira Arruda nega que estejam faltando material essencial e equipamentos na unidade. “Chegaram os equipamentos para a sala de estabilização. Hoje não há falta de nenhum suprimento, o fornecimento foi normalizado”, assinala. O apoiador técnico de urgência da SMS, Nasser Tannus, frisa que após a greve dos médicos, ocorrida há cerca de um mês, foi criada uma comissão que vai receber informações locais. Segundo assinala, a rede municipal está recebendo um fluxo de pacientes para o qual não estava preparada, por isso a ocorrência de problemas de desabastecimento. “O movimento aumentou muito e a compra depende uma burocracia para se desenrolar. Existe um problema que está sendo resolvido”, assinala Tannus.

 

Mantidos atendimentos de emergência

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio de sua Assessoria de Comunicação, informou que os atendimentos de emergência nas unidades ligadas à secretaria foram mantidos, apesar da paralisação dos médicos. Conforme nota encaminhada pela assessoria, “no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), no Hospital Materno-Infantil (HMI), no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) e no Hospital de Urgências da Região Sudoeste (Hurso) todos os médicos escalados foram trabalhar.

No Hospital de Doenças Tropicais (HDT) o serviço ambulatorial foi interrompido com a falta de seis médicos. Entretanto o serviço de emergência funcionou normalmente. No Hospital Geral de Goiânia (HGG) houve baixa adesão ao movimento da escala de 75 médicos, apenas nove não compareceram. A direção do HGG informa que as consultas foram desmarcadas e serão reagendadas com prioridade”.

A assessoria esclareceu ainda, também por meio de nota, que “com o término de contratos temporários, as unidades têm enfrentado carência de médicos, principalmente pediatras para unidades de terapia intensiva (UTI), neonatologistas, neurologistas, ortopedistas e intensivistas. Além da dificuldade de encontrar especialistas médicos disponíveis no mercado, o diretor técnico do HMI, Alexandre Moraes informou que alguns profissionais pediram demissão por não aceitarem o cumprimento da carga horária de 20 horas semanais, uma exigência nacional que, em Goiás, foi feita por iniciativa do Ministério Público Estadual. Doze médicos pediram demissão de setembro de 2010 a setembro de 2011, na unidade”.

A nota diz ainda que por conta do déficit de profissionais, a diretoria do HMI suspendeu as internações da UTI pediátrica desde 30 de setembro e a UTI materna funciona com a metade da capacidade. De acordo com o Departamento de Gerenciamento de Pessoas da SES, até janeiro do ano que vem serão convocados 435 aprovados classificáveis no concurso da SES, sendo que, deste total, já foi solicitada, à Secretaria de Planejamento (Segplan), antecipação de convocação de 135 profissionais, entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos-bioquímicos, técnicos e auxiliares de enfermagem, técnicos de laboratório e pessoal da área administrativa para o mês de novembro. Também será aberta licitação pública em 2012 para o ingresso de residentes nas áreas de obstetrícia e ginecologia (5 vagas); mastologia (1 vaga); pediatria (8 vagas); medicina intensiva pediátrica (2 vagas).

 

…………………………………………………….

 

O HOJE – 26/10/11

Cremego critica atual situação dos hospitais

Angélica Queiroz

Em dia simbólico ontem, uma comissão de representantes dos médicos visitou o Hospital Materno-Infantil (HMI), da rede estadual, e o Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) da Chácara do Governador, da unidade municipal. Nos dois locais, considerados referência no Estado, o que se viu foi situação precária, segundo o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego).

No HMI, a constatação foi a de que o problema das Unidades de Terapia Intensivas (UTIs), que já era crítico, piorou devido à falta de profissionais. Metade das UTIs maternas (5) foi fechada. Todos os oito leitos pediátricos foram desativados. Apenas os leitos de UTI neonatais estão funcionando. Por causa do déficit, a diretoria do HMI suspendeu as internações da UTI pediátrica desde o dia 30 de setembro.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que, além da dificuldade em encontrar especialistas médicos disponíveis no mercado, alguns pediram demissão por não aceitar o cumprimento da carga horária de 20 horas semanais – exigência nacional. Doze médicos deixaram a unidade nos últimos 12 meses.  Para resolver o problema, a SES deve convocar, até janeiro, 435 aprovados no último concurso. Além disso, a Comissão de Residência Médica do HMI solicitou abertura de seleção pública para o ingresso de residentes em obstetrícia e ginecologia, mastologia, pediatria e medicina intensiva pediátrica.

Município

A comissão de médicos esteve no Cais da Chácara do Governador, onde a situação não também foi desanimadora. Profissionais denunciaram a falta de materiais básicos, medicamentos e  equipamentos. Uma funcionária classificou o atendimento no local como “desumano”. Ela contou que as condições de trabalho são péssimas. “Não tem verba nem para o café. Só com vaquinha.” Como se não bastasse, segundo ela, também falta água no local quase todos os dias. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou apenas que as providências para melhorar as condições do Cais já estão sendo tomadas.

…………………………………..

TV ANHANGUERA/JORNAL ANHANGUERA 2ª EDIÇÃO 25/10/11

Paralisação de médicos do SUS deixa pacientes sem atendimento em Goiânia

http://g1.globo.com/videos/goias/v/paralisacao-de-medicos-do-sus-deixa-pacientes-sem-atendimento-em-goiania/1674528/

TV ANHANGUERA/ JORNAL ANHANGUERA 1ª EDIÇÃO 25/10/11

Pacientes reclamam do atendimento nas unidades de saúde

http://g1.globo.com/videos/goias/v/pacientes-reclamam-do-atendimento-nas-unidades-do-sus-em-goiania/1674048/#/JATV%201/page/1

 

TV ANHANGUERA/ BOM DIA GOIÁS 25/10/11

Médicos do SUS aderem à paralisação da categoria

http://g1.globo.com/videos/goias/v/medicos-do-sus-aderem-paralisacao-da-categoria-no-estado-de-goias/1673762/#/Bom%20Dia%20GO/page/1

 

……………………………………….

TV SERRA DOURADA 25/10/11

Médicos do SUS fazem paralisação

http://www.youtube.com/jornaldomeiodia#p/u/1/IZ3g_mNd624

…………………………….

O POPULAR 25/10/11

Mobilização

Médicos param apenas parcialmente em Goiânia

Carla de Oliveira 25 de outubro de 2011 (terça-feira)

Embora uma paralisação em casos que não configurassem urgência e emergência tenha sido anunciada para segunda-feira (24), o atendimento nas unidades de saúde pública de Goiânia foi praticamente normal durante o dia, quando profissionais de todo o país se mobilizaram contra a falta de condições de trabalho nas unidades públicas, com previsão de greve em 21 Estados. Em algumas unidades, a paralisação foi parcial, com espera maior pelo atendimento.

A mobilização, no entanto, chamou a atenção para as precárias condições de trabalho e falta de materiais e insumos básicos para o atendimento nas unidades. Uma comissão de representantes dos médicos visitou o Hospital Materno Infantil (HMI), unidade da rede estadual, e o Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) da Chácara do Governador, unidade municipal. Nos dois locais, o que se viu, segundo os representantes, foi uma situação muito pior do que a imaginada e mais grave do que a encontrada há cerca de um mês, quando os médicos realizaram greve.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues, no Hospital Materno Infantil, a questão das unidades de terapia intensivas (UTIs), que já era crítica, piorou devido à falta de profissionais. Metade dos leitos de UTIs materna (cinco) foi fechada. Todos os leitos pediátricos, num total de oito, foram desativados. Funcionam em sua totalidade apenas os leitos de UTI neonatais. Conforme Salomão, o problema é a falta de profissionais: “Há 40 bebês na unidade de cuidados intermediários, que atende casos que necessitam de UTI sem estar preparadas para isso.”

A comissão também esteve no Cais da Chácara do Governador, considerada uma das duas melhores unidades de saúde da rede municipal de saúde de Goiânia. Lá, a surpresa não foi menor. Profissionais denunciaram a falta de materiais básicos, como luvas, de medicamentos, como antibióticos, e também de equipamentos.

………………………………………………

SUS

Médicos não devem atender hoje

  • Macloys Aquino (Com Folhapress)

    Médicos que atendem pelo Sistema Unificado de Saúde (SUS) em vários Estados param atividades hoje, em protesto contra baixas remunerações e más condições de trabalho na rede pública. Serão interrompidos atendimentos a consultas e exames em 18 Estados, dentre eles Goiás. O Conselho Regional de Medicina (Cremego) garante a permanência de atendimentos de emergência e urgência.

    Durante o protesto, integrantes do Cremego visitam hoje duas unidades hospitalares da rede pública, uma do Estado e outra do município. Estão agendadas visitas ao Hospital Materno Infantil (HMI) e a um Cais, ainda não escolhido. “Vamos mostrar a situação em que se encontra a assistência no setor público. A sociedade está em risco porque as condições são precárias”, disse o presidente do Cremego, médico psiquiatra Salomão Rodrigues Filho.

    Segundo o conselho, faltam medicamentos, materiais e estruturas físicas adequadas. “A falta de equipamento coloca os médicos em situação de estresse. Além disso, a pressão para atenderem quantidade acima daquilo que podem atender é demais. E a remuneração é irrisória”, diz Salomão. Ele afirma que o salário base para 20 horas semanais é de R$ 1,2 mil, no município, e de R$ 2 mil, no Estado. A falta de leitos de UTI também é vista como entrave à atividade médica.

    18 estados

    A paralisação hoje está confirmada nos Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe. As manifestações são organizadas por uma comissão composta por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

    No Estado do Piauí, a paralisação vai durar três dias. Em São Paulo e Santa Catarina, somente algumas unidades param e por poucas horas.

    Em São Paulo, foram confirmadas paralisações nos hospitais Emílio Ribas, Hospital do Servidor Estadual e no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Em Santa Catarina, os médicos vão parar por apenas uma hora.

    No Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins a rede não para -serão feitos apenas protestos e manifestações. As paralisações não são compulsórias -as unidades de atendimento têm autonomia para escolher se aderem ou não.

 

…………………………………………………………………..

A REDAÇÃO 25/10/11

Médicos do SUS paralisam atendimento
Lis Lemos

Os médicos do Estado suspenderam o atendimento nesta terça-feira (25/10). A paralisação é uma mobilização nacional e atinge profissionais que atendem pelo SUS. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho, afirma que os médicos pretendem sensibilizar a sociedade para a reivindicações da categoria. “É um movimento nacional em favor da sociedade em defesa do serviço público de saúde”, defendeu.

Representantes do Conselho e o presidente do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás, Leonardo Mariano Reis, estiveram durante a manhã no Hospital Materno Infantil e no Cais da Chácara do Governador. Segundo Salomão, as unidades de saúde foram escolhidas aleatoriamente. No Materno Infantil, os médicos identificaram apenas cinco leitos de UTI materna em funcionamento, de um total de dez. A UTI pediátrica está desativada e a UTI neonatal oferece apenas oito leitos.

No Cais da Chácara do Governador, os médicos identificaram na sala de estabilidade, para onde são encaminhados os pacientes de emergência, falta materiais básicos para atendimento. Salomão Rodrigues afirma que não foram encontrados oxímetro, antibióticos, e nem mesmo luvas descartáveis para atendimento.

Apenas os atendimentos de urgência e emergência estão mantidos pelos médicos. Para Salomão, nos locais visitados, a população recebeu bem a manifestação.

Cerca de 4.200 médicos em Goiás trabalham no SUS. Pela lei, o Estado deve destinar 12% de seu orçamento para a saúde e o município, 15%. No entanto, o presidente do Cremego acredita que o repasse é aquém do previsto.

 

……………………………………………

DIÁRIO DA MANHÃ 25/10/11

 

Médicos paralisam atividades por 24h

Protesto contra o SUS pede melhorias em diversas áreas

Os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) suspenderão o atendimento hoje, durante 24 horas, em protesto contra as más condições de trabalho e a baixa remuneração na rede pública. Apenas os atendimentos de urgência e emergência serão realizados. O presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, e o diretor de Fiscalização do Conselho, Ciro Ricardo Pires de Castro, devem visitar, às 9h de hoje, o Hospital Materno Infantil, unidade da rede pública estadual de saúde, para mostrar as condições do hospital.
De acordo com Salomão Rodrigues, o objetivo da visita é chamar a atenção dos pacientes e da sociedade sobre a precariedade das condições de funcionamento desse serviço. “É um problema que atinge a maior parte das unidades públicas de saúde, não só municipais, mas também estaduais, e compromete o trabalho dos médicos e consequentemente a população”, disse. Segundo ele, a rede pública de saúde não oferece o mínimo necessário para que os médicos exerçam a medicina com qualidade. “Falta material, medicamentos e o médico vive sob pressão, tendo que escolher quem ele vai tratar e quem ele vai deixar de lado. Quem depende do SUS hoje passa por situações desumanas”, ponderou.
Durante a visita, os diretores vão conversar com médicos e pacientes e conclamar os usuários a participarem da luta das entidades médicas em prol de mais investimentos e da melhoria do atendimento no setor público de saúde. “Precisamos mostrar o que acontece no interior das unidades para a população e o poder público, que deve estruturar melhor o setor da saúde. Não é um protesto só em favor dos médicos, mas também em favor da sociedade, que é a mais atingida com a precariedade da saúde pública”, explicou.
O hospital foi escolhido após serem identificados problemas como déficit de pessoal, más condições de trabalho, falta de materiais, equipamentos defasados e sobrecarga na jornada de trabalho. Não só o Materno Infantil, mas outras unidades mantidas pelos governos estadual e municipal devem ser visitadas durante o dia.
O prefeito Paulo Garcia falou da paralisação durante o desfile de comemoração aos 78 anos de Goiânia, que aconteceu na manhã de ontem. Para ele, o movimento é um alerta à nação para a necessidade de investimentos na área da saúde. “Me coloco ao lado deles. Acredito que precisamos buscar recursos para investir pesadamente na saúde”, afirmou. A equipe de reportagem tentou contato com a Secretaria Estadual de Saúde, para falar do assunto, mas não obteve resposta.

Nacional
A paralisação dos médicos acontece em todo o país, atinge médicos das redes municipal, estadual e federal e é coordenada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e suas regionais. Segundo os organizadores, deve mobilizar 100 mil profissionais. Apenas os casos de urgência e emergência serão atendidos.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem contar com o bom senso das entidades que representam os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) durante a paralisação prevista para ocorrer amanhã em 21 Estados. “Não acredito em paralisação de serviços de urgência e emergência, acredito na responsabilidade das entidades médicas. Torcemos por isso”, disse o ministro.

……………………………………………….

Rosane Rodrigues da Cunha

Assessora de Comunicação

Cremego

 

Youtube Instagram Facebook
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.