Cerca de 90% dos médicos recém-formados e dos formandos em medicina, que participaram do primeiro Exame de Egressos realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), foram aprovados. Para a aprovação, os candidatos precisavam acertar mais de 60% das cem questões da prova aplicada no dia 16 de dezembro passado. O resultado, que acaba de ser divulgado pelo Conselho, revelou esse alto índice de aprovação.

Para o presidente do Cremego, Leonardo Mariano Reis, o resultado reflete o bom nível dos candidatos que se inscreveram, já que, enfatiza ele, a prova foi muito bem elaborada pela Comissão de Avaliação do Ensino Médico do Conselho, abrangendo todas as áreas da medicina. “Tivemos candidatos de nove escolas, incluindo quatro de Goiás que já formaram turmas”, disse, referindo-se à participação de formandos e recém-formados das goianas Universidade Federal de Goiás, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, UniEvangélica e Universidade de Rio Verde e ainda da Faculdade de Medicina de Campos (Campos dos Goytacazes/RJ), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Campo Grande/MS), Instituto Master Presidente Antônio Carlos (Araguari/MG), Centro Universitário São Lucas (Porto Velho/RO) e Unirg (Gurupi/TO).

“Podemos dizer que os representantes destas escolas estavam bem preparados, mas não há, por enquanto, como fazer uma comparação estatística com as escolas de São Paulo, Estado pioneiro na realização deste exame, até porque as provas aplicadas foram diferentes, algo que no futuro deverá ser unificado”, afirmou o presidente. O bom resultado do primeiro exame, contudo, não tranquiliza o Cremego em relação à qualidade do ensino médico em Goiás.

O presidente receia que as faculdades abertas nos últimos anos não tenham o mesmo nível de formação das escolas mais tradicionais e um dos objetivos do exame é evitar que essas novas escolas coloquem no mercado profissionais mal formados. “O exame de proficiência, sem dúvida, é um estimulo para o preparo das escolas e dos formandos”, disse Leonardo Mariano Reis, para quem essa primeira avaliação do Cremego foi uma experiência de sucesso: teve o apoio da sociedade, prova bem elaborada e crítica positiva por parte de quem fez o exame. “Agora, só falta a lei torná-la obrigatória para todos”, declara o presidente que defende a aplicação da prova em todo o País e como um requisito para o exercício da medicina.

Saiba mais sobre a prova

A participação na primeira prova do Cremego foi facultativa e o objetivo era avaliar a formação dos formandos e de profissionais recém-graduados. O exame teve questões objetivas de áreas essenciais da medicina, com ênfase em conteúdos considerados imprescindíveis ao bom exercício profissional.

Os resultados individuais são confidenciais e foram repassados exclusivamente aos participantes. As faculdades de medicina receberão um relatório conclusivo de desempenho de seus alunos, por área de conhecimento, sem a identificação pessoal dos candidatos.

Com a aplicação desta prova, o Cremego pretende contribuir para a melhoria do ensino médico, possibilitando uma avaliação externa e independente das escolas, visando a adoção de medidas por parte destas instituições e das autoridades de educação para sanar deficiências encontradas.

O registro de novos médicos no Cremego independe da participação no exame, que passa a ser realizado anualmente e sempre aberto a formandos de faculdades autorizadas pelo MEC em qualquer Estado e a médicos formados nos dois últimos anos e devidamente registrados no Conselho.

 

O que dizem os candidatos

Leonardo Pereira de Moura cursou medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e decidiu fazer as provas para ter conhecimento do conteúdo que é cobrado no exame e também como forma de analisar o próprio desempenho. “Acredito que o exame deveria ser obrigatório para os formandos, pois é uma boa iniciativa, inclusive a prova poderia contribuir no processo de seleção para residência médica”, comentou.

O médico defende a criação de uma padronização das competências básicas dos médicos e de um conhecimento relacionado às situações mais comuns da pratica médica. “Talvez o exame possa ser um caminho para verificar o que funciona e o que pode ser melhorado no processo de formação dos médicos”, completou. Segundo Leonardo Pereira, o exame foi difícil, embora houvesse questões fáceis. “Penso que avaliações de não especialistas devem ser centradas em situações comuns do dia-a-dia do médico generalista, questões como “qual gene epônimo de síndrome rara” não são bons critérios para avaliar a formação básica da graduação”, assinalou.

Debora Freire Ribeiro Rocha é recém-formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e participou do exame. Ela considerou a prova uma oportunidade de treinar para os concursos de residência médica e também de aprender mais. “Creio que a obrigatoriedade será necessária devido à má qualidade de alguns cursos de medicina recentemente abertos no Brasil”, observou. A médica comparou o exame do Cremego à prova aplicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Um exame como o da OAB seleciona os bons profissionais, ou seja, aqueles aptos para exercer a profissão, e para o médico em nosso País seria uma forma de garantir mais segurança para a população brasileira”, destacou.


Para Debora Freire, a iniciativa do Cremego em instituir a prova é louvável, pois dá um passo à frente em relação a outros Estados no que diz respeito à preocupação com a formação médica no Brasil. “O exame poderá ajudar na melhoria do ensino médico, bem como na formação profissional, pois será um incentivo a mais para a busca de aperfeiçoamento teórico e prático por parte dos médicos a fim de alcançarem a aprovação no exame do Cremego”, acrescentou. Ela avaliou a prova como bem elaborada e com nível de dificuldade mediano. “Havia questões abordando conhecimentos gerais da medicina e questões difíceis abordando síndromes específicas de determinada área médica, mesmo assim gostei de fazer a prova para testar os conhecimentos adquiridos durante minha formação e de saber que estou preparada para exercer minha profissão com segurança”, pontuou. A médica disse que tinha conhecimento prévio sobre a maioria dos temas abordados na prova.

 

 

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(Rosane Rodrigues da Cunha – Assessora de Comunicação/Cremego 16/01/18)

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