O presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, diretores e conselheiros, a diretora Científica do Conselho e presidente da Sociedade Goiana de Pediatria, Valéria Granieri, e médicos pediatras em geral se reuniram, na noite da terça-feira (14), em uma plenária temática sobre o crítico cenário da assistência às crianças na atenção básica de saúde em Goiás.

A pediatra Marise Tofoli, que atua no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), relatou que o problema é crônico e, mesmo com um hospital especializado, há um cenário de superlotação. “Isso se reflete diretamente na prevenção, porque a gente sabe que a pediatria é a prevenção de agravos”, mencionou ela, que citou ainda a falta de uma política de conscientização para as famílias sobre a busca por puericultura, o que evitaria a procura por emergências.

Também esteve presente a médica pediatra, conselheira do Cremego e membro do corpo clínico do Hospital Estadual da Mulher (Hemu), Juliana Melgaço. Ela comentou que os bebês prematuros, que precisam de acompanhamento por um longo tempo, não conseguem ser atendidos por demais especialistas. “Eu preciso de fisioterapia, de fonoaudiologia, de outras especialidades médicas e terapias para fazer com que as crianças tenham qualidade de vida. Elas estão saindo bem da UTI neonatal, mas se não conseguirmos dar seguimento ao tratamento, vamos nadar e morrer na praia”.

Os participantes da plenária reclamaram da ausência de representantes de órgãos públicos. O Ministério Público Estadual, por exemplo, alegou falta de agenda para não participar da reunião. A Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia foram convidadas a participar, mas também não enviaram representantes.

A coordenadora do serviço de Pediatria do Hospital e Maternidade Municipal Dona Iris, Fabiana Calaça, relatou a dificuldade com a regulação das subespecialidades. São feitos comunicados sobre sobras de vagas, mas os bebês encaminhados não conseguem ser atendidos.

O coordenador médico do Hecad, Luciano Vitorino, contribuiu com o debate e afirmou que uma das bases para o problema é a falta de puericultura e consultas programadas.

A assessora jurídica do Cremego, Ana Carolina Machado, propôs realizar campanhas educativas a respeito do assunto, a fim de incentivar condutas preventivas na especialidade.

Ela também afirmou que o Conselho segue em busca de respostas dos órgãos públicos. “Podemos oficiar os secretários de saúde municipal e estadual, além do Ministério Público, sobre essa existência de vagas na regulação, mas com a falta de assistência para as crianças que são encaminhadas”, sugeriu.

O presidente do Cremego sugeriu alardear a crítica situação da assistência pediátrica no Estado para a imprensa, a fim de ter um eco na sociedade. Os órgãos gestores e fiscalizadores também serão acionados.

Acompanhe as redes sociais e site do Cremego para verificar as ações decorrentes da plenária.

Matéria aprovada Presidência/Cremego (15/03/23)

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