Na noite da última terça-feira (7), o Cremego realizou uma plenária temática para debater a situação de trabalho dos médicos na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, de Goiânia. A reunião foi marcada após denúncias enviadas por médicos contratados como Pessoas Jurídicas (PJ) a respeito de atrasos nos pagamentos, déficit nas escalas de plantão e sobrecarga de trabalho na unidade.

Tal situação gera ameaças frequentes de paralisação e, inclusive, foi informado que o setor de Pediatria está interrompido desde sábado (4).

A Superintendente de Atenção Integral à Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Goiás, Paula dos Santos, participou da plenária e relatou as medidas de acompanhamento feitas junto ao Instituto de Gestão e Humanização (IGH), a Organização Social (OS) responsável pela unidade.

“Nós solicitamos um plano de ação urgente (à OS) para que mostrem o trabalho realizado”, explicou Paula. Ela mencionou ainda que já existiu a intenção de desativar a Maternidade e mantê-la com atendimentos ambulatoriais. No entanto, isso não é possível sem o reforço e restruturação do atendimento materno-infantil em toda a rede pública.

De acordo com o presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, essa postergação mantém os problemas da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, que não são recentes e vêm se arrastando há tempos, apesar dos alertas e solicitações de correção encaminhados pelo Conselho.

Já a diretora Geral do IGH, Laryssa Santa Cruz, explicou que condutas burocráticas de redirecionamento de recursos promovem os atrasos, mas que o pagamento seria realizado nesta quarta-feira (8), dia seguinte da plenária. Também afirmou que os contratos de PJ estão em fase de reajuste e o objetivo é promover maior segurança nos pagamentos.

A médica ginecologista e obstetra e diretora Clínica da Maternidade, Rosicleia De Vlieger, acrescentou ainda sobre o grave cenário vivido por quem trabalha na unidade, como plantões em que apenas residentes estão presentes. “Está inseguro trabalhar, tanto para nós, médicos, quanto para as nossas pacientes”.

A assessora jurídica do Cremego, Cláudia de Castro, resumiu a situação: “o que estamos vendo é que o Estado está pagando o valor devido, mas o médico, na ponta, não está recebendo. A minha proposta seria encaminhar essas falhas da OS ao Estado, assim como a abertura de um canal de diálogo entre a Maternidade e a Secretaria, porque ela está pagando e tem esse direito de cobrança”.
O presidente Fernando Pacéli apoiou a ideia de criação do canal de comunicação e que as informações também sejam repassadas ao Cremego. “Da forma que vimos hoje, o médico é o indivíduo mais lesado e precisamos proteger os nossos médicos”, disse o presidente, que recebeu um agradecimento público de uma médica da Maternidade por ter se posicionado em defesa dos profissionais. “Sempre falam em defender o paciente, mas nunca o médico, que enfrenta tantos problemas para trabalhar”, disse.

Texto aprovado pela Presidência/Cremego 08/02/23

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