Com quase dois metros de altura, cabeleira grisalha e solta e vestido de palhaço, o norte-americano Hunter Adams em nada lembra a figura tradicional do médico. E foi assim, que esse clínico geral de 60 anos entrou no palco do Teatro Rio Vermelho, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, no dia 16 de junho, para ensinar a profissionais de saúde como tratar e lidar com o sofrimento dos pacientes diante da dor e de doenças incuráveis. As formas de tratamento indicadas por ele também estão longe das tradicionalmente difundidas. Conhecido por Patch Adams, o Doutor Alegria afirma que compaixão, envolvimento, empatia e bom humor devem ter tanto valor para o médico quanto os caros medicamentos e avançadas terapias. Certo de que é preciso mudar o mundo por meio da generosidade e do amor, Adams afirma que a medicina faz parte desse mundo que precisa ser mudado. O médico, que ganhou notoriedade com o personagem protagonizado pelo ator Robin Willians no filme Patch Adams – O Amor É Contagioso (de 1998), diz que as pessoas precisam deixar de idolatrar a ambição e o poder e passar a valorizar a compaixão e a generosidade. Para ele, a cobiça e o poder destruíram a profissão médica em toda parte . ”No país mais rico do mundo, os Estados Unidos, nós negamos cuidados médicos a 50 milhões de pessoas”, exemplifica, ressaltando que a saúde é o negócio mais ganancioso do país. O setor movimenta, segundo ele, US$ 1,5 trilhão por ano. De acordo com a filosofia médica de Adams, o médico deve tratar o paciente com amor e prazer em fazer feliz alguém com a auto-estima destruída. Tecnologia e medicamentos não são o bastante. Para ele, respeito e carinho são fundamentais, “As pessoas me dizem que os médicos são rudes e não têm tempo para nada. Prescrevem penicilina e mandam as pessoas embora, “ afirma. Adams viaja por diversos países para difundir o uso de jogos e brincadeiras em ambientes hospitalares como recursos terapêuticos. Nas conferências, ele defende a paz, fala de ecologia e do ensino do amor nas escolas. A palestra, realizada em Goiânia com o apoio do Cremego, faz parte de um ciclo de conferências de Patch Adams em outras seis capitais brasileiras. Em Goiânia, o público lotou os Teatro Rio Vermelho para ouvir o norte-americano, que se tornou médico após a morte do pai. Abalado com a perda, Patch Adams internou-se por várias vezes para tratamento psiquiátrico e, durante essas internações, descobriou o poder da alegria no tratamento dos pacientes. Foi assim que idealizou fazer uma “revolução” na maneira de cuidar de pacientes graves. Ao trocar o tradicional jaleco branco usado por médicos pelo figurino de palhaço, Patch Adams traduziu em seu traje sua proposta de humanizar o tratamento e levar alegria a pacientes com enfermidades irreversíveis. Para ele, o amor deveria fazer parte dos currículos escolares e ser ensinado em sala de aula, como as disciplinas de história, ciências ou matemática. A terapia do riso, como é conhecida sua prática, já lhe valeu muitas críticas. Mas, ele manteve-se firme em suas convicções. O defensor da alegria e do amor, só deixa um pouco de lado o bom humor quando critica os políticos, a cultura de massa, as diferenças sociais e a televisão. “Pessoas inteligentes desligam a televisão, que controla a informação e transforma as pessoas em gente estúpida”, diz Adams, que para colocar em prática sua terapia do riso criou em 1971 o Instituto Gesundheit, que funciona na cidade Arlington (EUA). O instituto é uma referência mundial para os interessados na metodologia de Patch Adams.

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