Por ocasião de atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o médico deve orientar seus pacientes sobre as deficiências e a falta de estrutura na rede pública de saúde. É importante que o médico esclareça e mostre ao paciente que a responsabilidade, por exemplo, pela demora na marcação de exames, a falta de medicamentos ou da infraestrutura necessária para um bom atendimento não é do médico e, sim, do sistema público de saúde.
“O médico não pode continuar sendo responsabilizado pelas mazelas do sistema público de saúde”, afirma o presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, que esclarece que o médico também não pode e não deve aceitar a pressão de gestores para o atendimento de um número pré-determinado de consultas por período de trabalho. “Quem determina o tempo de duração da consulta, o período que cada paciente vai ficar no consultório, é o médico”, alerta o presidente, ressaltando que o paciente que está no consultório é problema do médico, mas o paciente que está na espera é problema do gestor.
Segundo Salomão Rodrigues, o médico deve realizar o melhor atendimento possível e sempre explicar ao paciente quais são as dificuldades enfrentadas pela classe médica para prestar uma assistência de maior qualidade à população. Ele observa que a classe médica tem um importante papel político na orientação e conscientização da população sobre os reais problemas e os verdadeiros responsáveis pelas falhas na saúde pública brasileira. “Precisamos exercer esse papel diariamente ou vamos continuar sendo injustamente apontados como os vilões desta história”, afirma.