Nelson Rassi, especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e pela American Endocrine Society, foi o convidado do Cremego para a live do último domingo (16), que tratou sobre os riscos de agravamento e letalidade que pacientes diabéticos sofrem quando são infectados pela Covid-19.

Segundo o médico, que também atua como Chefe da Divisão de Endocrinologia do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi, não foi uma surpresa saber que a diabetes era um fator de risco para o novo coronavírus (Sars-Cov-2), pois esses pacientes são mais suscetíveis a processos infecciosos, seja de natureza micótica, bacteriana ou viral.

“O que nos surpreendeu foi a gravidade do processo. O problema da Covid-19 vai além do processo infeccioso. Tem a tempestade inflamatória e o paciente com diabetes é o campo perfeito para essa tempestade. A diabetes é um campo minado, você tem um processo inflamatório exagerado, um estresse oxidativo aumentado e um estado pró-coagulante bem mais forte do que o normal”, explicou.

O especialista também ressaltou que um dos receptores do Sars-Cov-2, o ECA2 está em quantidades aumentadas nestes pacientes, o que os tornam o “encaixe perfeito” para a contaminação pela Covid-19.

Porém, Nelson Rassi afirma que é um erro achar que todos os diabéticos possuem o mesmo risco de letalidade ou agravamento. Uma criança com diabetes controlada, por exemplo, está mais segura do que um idoso que sofre de outras comorbidades e com nível glicêmico descontrolado.

“Quando a literatura mostra que a diabetes aumenta a mortalidade em 3 ou 4 vezes, não podemos carimbar os pacientes diabéticos com o mesmo risco. É um erro grosseiro tratarmos todos eles da mesma maneira. Os cuidados devem ser personalizados de acordo com o risco. Também devemos instruir os médicos que cuidam dos pacientes com diabetes, no momento da entrada do hospital, no sentido de controlar a glicemia, evitando que eles caminhem por uma trajetória extremamente perigosa”, alertou.

O especialista também explicou sobre o uso de medicamentos, como a insulina e a estatina, para os pessoas infectadas e respondeu perguntas dos participantes da live.

A transmissão permanece gravada no canal no Youtube do Cremego. Confira:  https://www.youtube.com/watch?v=Ui7TL2Qfynw

 

(Matéria aprovada pelo 1º Secretário/Cremego 17/08/20)

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