O presidente do Cremego, Leonardo Mariano Reis, participou hoje (13) do programa Cidadania em Destaque, na Rádio 730. Em entrevista ao apresentador Rubens Salomão, o presidente falou durante uma hora sobre as ações do Conselho, o trabalho a ser realizado em defesa da qualidade dos serviços de saúde e o combate à corrupção no setor. Confira alguns trechos da entrevista:
Orientação aos gestores
O presidente citou que o Conselho ministrou, no dia 27 de janeiro, um simpósio para orientar os gestores municipais sobre a aplicação de verbas destinadas à saúde, pois alguns acabam punidos por descumprimento da legislação. “A aplicação dos recursos deve ser feita com bastante zelo, pois qualquer perda ou desvio pode afetar a vida de muitas pessoas. É preciso também otimizar esses recursos, saber como aplicar, o que é atribuição do município, do Estado ou da União”, disse, acrescentando que há uma proposta do Ministério da Saúde que prevê mudanças na forma de repasse de verbas, que hoje tem seis rubricas e passaria a ter somente duas. “Os gestores precisam estar atentos às mudanças na legislação”, aconselhou o presidente.
Combate à corrupção
O presidente criticou a corrupção na área da saúde, que já foi alvo de denúncias do Ministério Público Estadual. Segundo ele, o Cremego, no que for de sua responsabilidade, vai combater essa prática e, se houver médicos envolvidos, eles serão julgados e poderão até ter o registro cassado.
“O Cremego tem o papel de alertar o médico sobre a boa prática e o bom costume. O certo é o certo, ético e deve ser enaltecido”, afirmou, ressaltando que o Conselho tem orientado os médicos a jamais receberem qualquer vantagem para a indicação de próteses, medicamentos ou exames.
O presidente definiu essa prática como condenável, criminosa e antiética e disse não ter dúvidas que a maioria dos médicos atua de forma ética. “Mas, a minoria que age errado mancha a imagem de toda a classe médica e deixa a população em dúvida, por exemplo, se o exame solicitado é necessário. O médico deve obter ganho por honorário, que vem de honra, e jamais receber vantagens de empresas”.
Remuneração dos médicos
O Cremego, em parceria com o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), tem defendido a realização de concursos públicos e uma remuneração justa e digna para os médicos, uma remuneração que permita a atualização do profissional, sua participação em cursos. “Ter um médico dignamente remunerado significa também ter uma medicina de mais qualidade”, disse o presidente.
Rede de atendimento
O Cremego, segundo o presidente, não pretende que todos os problemas de saúde sejam resolvidos em pequenos municípios, mas é necessário ter uma estrutura mínima em todas as cidades, como equipes da Estratégia de Saúde da Família abrangendo o maior número possível de moradores; ambulatório básico; clínica médica com as principais especialidades e ambulatório de cirurgia. Os municípios de maior complexidade devem ter centros cirúrgicos maiores e apenas o que não puder ser atendido nestas localidades é que deve ser encaminhado aos grandes centros.
Fiscalização
O Conselho tem fiscalizado o funcionamento das unidades de saúde e cobrado dos órgãos competentes a solução dos problemas encontrados. Ele lembrou que o Cremego já tinha fiscalizado e cobrado da Secretaria Estadual de Segurança Pública a correção de falhas que inviabilizavam o funcionamento do IML de Luziânia, interditado na semana passada a pedido do Ministério Público.
Terceirização
Para o presidente do Cremego, a terceirização da gestão das unidades públicas de saúde tem vantagens, como maior agilidade nas compras, e desvantagens, com o menor controle dos gastos. “Verificamos que as OSs têm um custo maior, mas não houve um aumento do atendimento, e muitas já não estão conseguindo honrar os compromissos com os trabalhadores e ameaçam fechar serviços, como aconteceu recentemente com o Hospital de Doenças Tropicais (HDT)”, disse. O presidente defende maior controle e transparência na aplicação das verbas destinadas às OSs.
Recusa de tratamento
O presidente falou também sobre o caso de José Humberto Pires de Campos, de 22 anos, diagnosticado com doença renal crônica e que recusa o tratamento de hemodiálise. O assunto foi abordado em reportagem publicada no dia 12 pelo jornal O Popular. Leonardo Mariano Reis destacou que a defesa da vida é um princípio fundamental da medicina e do Estado e quando se deparam com situações como essa os médicos se veem diante de um grande dilema ético, que será debatido em um encontro nacional que o Conselho Federal de Medicina promoverá em março, no Rio de Janeiro (RJ). O jovem, de acordo com o presidente, pode necessitar de atendimento psiquiátrico para enfrentar a situação.
Cremego Itinerante
Leonardo Mariano Reis falou ainda sobre o projeto Cremego Itinerante, que leva o atendimento do Conselho ao interior, e começou hoje com plantões em Porangatu e Uruaçu.
(Rosane Rodrigues da Cunha/ Assessora de Comunicação – Cremego 13/02/17)