Em comemoração à campanha Janeiro Roxo, de conscientização sobre a hanseníase, o Cremego recebeu o médico dermatologista Hugo Alexandre Lima para uma live sobre o assunto, na quarta-feira (27).

Ele iniciou a apresentação abordando o preconceito que ainda envolve a doença. “A hanseníase tem cura. Não precisa ter medo dela e afastar os pacientes. Temos que acolher e fazer o tratamento correto”, afirmou o especialista, que também atua como coordenador de Campanhas da Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO) e coordenador médico do Serviço de Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

O médico explicou que a doença, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, tem evolução lenta e pode ser transmitida por partículas geradas pelas vias aéreas. A transmissão ocorre apenas entre seres humanos.

Ela se manifesta com sintomas dermato-neurológicos, gerando lesões na pele e danos aos nervos periféricos. As clássicas manchas, na fase inicial da hanseníase, podem ser dolorosas, mas, em seguida, o paciente perde a sensibilidade na área afetada.

Segundo Hugo Lima, a principal preocupação a respeito da hanseníase está nas incapacidades físicas que ela gera quando não tratada, por conta dos danos aos nervos. Por isso, a campanha tem a função de mostrar à população os principais sinais e incentivar a busca pelo atendimento médico.

Ele relatou que o Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo. São diagnosticados cerca de 27 mil pacientes por ano. Em 2019, foram 135 em Goiânia. Em 2020, com os contratempos da pandemia, foram apenas 35, na capital.

O tratamento é feito com diversos medicamentos. “O tratamento poliquimioterápico previne a evolução da doença, as incapacidades físicas e causa a interrupção da transmissão desde o início do tratamento. É gratuito e ofertado pelo SUS. Após a primeira dose do medicamento, os pacientes infectantes deixam de transmitir a hanseníase”.

Como a transmissão é feita pelas partículas respiratórias, como acontece com a Covid-19, o especialista foi questionado se o uso de máscara evitaria a disseminação do bacilo. “A diferença é que a transmissão da hanseníase é feita por um contato prolongado com o paciente e não com um único contato, como com a Covid-19. Além disso, a pessoa deve ter uma predisposição genética, com receptores no organismo, para receber esse bacilo”, explicou.

A live permanece gravada no Youtube do Cremego: https://www.youtube.com/watch?v=yJsgv5Xru8Y

 

Matéria aprovada pelo 1º Secretário/Cremego 28/01/21

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