homenagem 2011siteEm comemoração ao Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, o Cremego homenageou os médicos Antônio Carlos Ximenes, Edgar Pereira dos Santos, José Vieira Filho, Josiah Bailey Wilding, Naim Name, Olímpio Heitor de Paula, Penido de Oliveira e Ruy Ignácio Carneiro com a comenda Honra ao Mérito Profissional Médico. Os diplomas e troféus foram entregues em uma solenidade realizada na noite de ontem (17), na sede do Cremego.

O presidente do Conselho, Salomão Rodrigues Filho, abriu a solenidade ressaltando que a comenda foi criada em 2005 para homenagear os médicos que se destacam no exercício da medicina em Goiás, sendo um exemplo para a classe médica e para toda a sociedade. Indicados e eleitos pelos conselheiros, todos os homenageados têm uma atuação marcada por contribuições ao desenvolvimento e à valorização da medicina goiana na assistência à população, na organização da classe médica e nas áreas do ensino e pesquisa.

A solenidade contou com as presenças de parentes, colegas e amigos dos homenageados, conselheiros e diretores do Cremego, além de autoridades e de representantes da classe médica, como o vice-presidente da Academia Goiana de Medicina, João Damasceno Porto; o presidente da Unimed Goiânia, Sizenando da Silva Campos Júnior; o vice-presidente do Cremego e presidente da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg), Carlos Alberto Ximenes; o vereador e médico Dr. Gian e o médico Carlos Luz, que representou o governador Marconi Perillo.

O médico Antônio Carlos Ximenes recebeu o troféu das mãos dos conselheiros Carlos Alberto Ximenes e Maria Luíza Barbacena. Edgar Pereira dos Santos recebeu o troféu do diretor de Fiscalização, Ciro Ricardo Pires de Castro, e do conselheiro Bragmar Emílio Braga; José Vieira Filho teve o troféu entregue pela conselheira Cacilda Pedrosa e pelo conselheiro Robson Azevedo.

Os conselheiros Elias Hanna e Rodrigo Fonseca entregaram o troféu ao homenageado Josiah Bailey Wilding. Naim Name recebeu o troféu do secretário geral do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, e dos conselheiros Aldair Novato e Erso Guimarães; Olímpio Heitor de Paula, do tesoureiro Célio Heitor de Paula, do diretor Científico, Evandélio Morato e do conselheiro Leonardo Reis, também presidente do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás.

 

O homenageado Penido de Oliveira recebeu o troféu do vice-presidente do Cremego Adriano Alfredo Brocos Auad, do corregedor de Processos, Lueiz Amorim Canêdo e do conselheiro Hélio Ponciano Trevenzol. Ruy Ignácio Carneiro teve o troféu entregue pelos conselheiros Haroldo Torres, Júlio Resplande de Araújo Filho e Rômulo Andrade.

O presidente do Cremego leu um resumo dos currículos de cada homenageado e observou que a trajetória de coragem, pioneirismo, o espírito desbravador e inovador desses profissionais servem de exemplo para toda a classe médica. “E mais: nos dão ânimo para continuarmos trabalhando e lutando em defesa da profissão médica e da saúde”, disse, ressaltando que, hoje, essa luta se faz ainda mais necessária, pois, lamentavelmente, a classe médica enfrenta muitas dificuldades.

O presidente da Unimed Goiânia saudou os homenageados, ressaltando que o exemplo desses pioneiros da medicina goiana ajuda a engrandecer a classe médica. Carlos Luz também cumprimentou os homenageados em nome do Governo Estadual e destacou a importância da classe médica.

O médico Ruy Ignácio Carneiro agradeceu ao Cremego em nome de todos os homenageados. Ele lembrou as dificuldades enfrentadas por todos no início da profissão, como a escassez de serviços de saúde e de recursos tecnológicos, e destacou que receber uma homenagem é uma honra, mas o que realmente o torna realizado é ter contribuído para o desenvolvimento da medicina. “Receber uma homenagem demonstra que fizemos a diferença”, disse.

 

 

Presidente do Cremego

fala sobre os homenageados



Boa noite senhoras e senhores,


É com grande satisfação que abrimos as portas do Cremego nesta noite para homenagearmos oito colegas que muito representam para a Medicina goiana: Antônio Carlos Ximenes, Edgar Pereira dos Santos, José Vieira Filho, Josiah Bailey Wilding, Naim Name, Olímpio Heitor de Paula, Penido de Oliveira e Ruy Ignácio Carneiro.


A comenda Honra ao Mérito Profissional Médico, que entregamos hoje, foi criada em 2005, em comemoração ao Dia do Médico celebrado em 18 de outubro.


A criação da honraria foi uma forma que encontramos para demonstrar publicamente o reconhecimento do Cremego aos médicos que ajudaram a construir a história da Medicina goiana com seu trabalho, dedicação, respeito à profissão e uma conduta ética e profissional sem falhas.


Os homenageados são indicados e escolhidos pelos conselheiros entre aqueles que contribuíram com o desenvolvimento da Medicina nos campos da pesquisa, ensino, dos serviços; na representatividade social e política da profissão ou na organização da classe médica.


Assim, já homenageamos, a partir de 2005, os médicos Cláudio de Almeida Borges, José César de Castro Barreto, José Quinan, Luiz Rassi, Philemon Xavier de Oliveira; Aldemar de Andrade Câmara, Anis Rassi, Francisco Ludovico de Almeida Neto, Joffre Marcondes de Rezende, Anapolino Silvério de Faria, Dilair de Faria Vasconcellos, Willliam Barbosa, Eleuse Machado de Britto Guimarães; Hélio Freire Nogueira, Jesus Benedicto de Mello, Manoel dos Reis e Silva, Omar Carneiro e William José Álvares; Abílio Maranhão Gonçalves, Adalberto Cavarsan, Aluízio Ramos de Oliveira, Dalmo Barbosa de Castro, Francisco Filgueiras Júnior, Jamil José Daher, Walter Hugo Frota; Ary Monteiro do Espírito Santo, Cyro Campos, Dilson Antunes de Oliveira, Edemundo Fernandes de Carvalho, Iraydes Duarte da Cunha Freitas, José Cassiano Neto e Marcius de Santana Rios.


Todos os homenageados são merecedores do troféu de Honra ao Mérito Profissional Médico e, seguramente, são um exemplo para a classe médica e uma referência para a sociedade goiana.

Quero, agora, falar um pouco sobre a história e a trajetória profissional de cada um dos nossos homenageados deste ano:



Antônio Carlos Ximenes (CRM número 1.588)


Natural de Goiânia, filho de José Ximenes Correia e Eva Mendanha Ximenes, o médico Antônio Carlos Ximenes nasceu no dia 22 de março de 1948. Em 1972, aos 24 anos de idade, formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Foi também na UFRJ, que entre 1973 e 74, cursou residência médica em reumatologia. Logo após a conclusão do curso, retornou a Goiânia, tendo sido um dos pioneiros em reumatologia na capital.

Ainda em 1974, a aprovação em primeiro lugar em um concurso da Universidade Federal de Goiás (UFG) assegurou a Antônio Carlos Ximenes o cargo de médico da instituição e o início de uma carreira de intensa atuação na área assistencial.

Mas, o trabalho do reumatologista, que também cursou Medicina Interna na UFG e é doutor em reumatologia pela Universidade de São Paulo, vai muito além dos consultórios.

Antônio Carlos Ximenes prestou e continua dando uma grande contribuição ao ensino da Medicina e à pesquisa na área da saúde, tendo apresentado mais de cem trabalhos em congressos, simpósio e outros eventos da área médica.

Em seu currículo, destacamos o trabalho como preceptor de Clinica Médica na área de Internato na Faculdade de Medicina da UFG, chefe do Departamento de Medicina Interna do Hospital Geral de Goiânia e chefe do Setor de Pesquisa em Reumatologia do HGG.

Autor de mais de 80 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, nosso homenageado Antônio Carlos Ximenes também vem dando uma grande contribuição à organização e representatividade da classe médica, não só em Goiás, mas em todo o Brasil e no exterior.

Membro titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia, ele ocupou a diretoria científica da entidade entre 1990 e 1996 e a presidência da Sociedade entre 1996 e 1998. De 2006 a 2008, presidiu a Academia Brasileira de Reumatologia e, atualmente, preside a Liga Panamericana de Associações de Reumatologia (Panlar).

Sócio honorário das Sociedades de Reumatologia do Uruguai, Argentina e Venezuela, além de membro titular da Sociedade de Reumatologia de Goiás e sócio emérito das Sociedades Paulista e Cearense de Reumatologia, Antônio Carlos Ximenes tem levado o bom nome da Medicina goiana e brasileira para muito além de nossas fronteiras.

Casado com Rucélia Ximenes, pai de Mariane e avô de Felipe Ximenes Garrote, Antônio Carlos Ximenes muito honra a classe médica e é grande merecedor da homenagem prestada hoje pelo Cremego.


Edgar Pereira dos Santos (CRM número 981)


Filho de Claudionor Pereira dos Santos e Judite Pereira dos Santos, o médico Edgar Pereira dos Santos nasceu no dia 8 de agosto de 1940, na cidade de Posse, e sempre manteve uma grande ligação com esse município do interior goiano.

Foi em Posse que ele iniciou e concluiu a primeira etapa dos estudos. Disposto a cursar Medicina, mudou-se para Goiânia, onde concluiu o então curso científico. O passo seguinte foi o ingresso na Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu, no interior de São Paulo, onde se formou em 1970 e fez também a residência em cirurgia geral.

Já formado, Edgar Pereira dos Santos voltou à cidade natal para realizar seu sonho de ser médico em Posse. Ele chegou ao município em agosto de 1971, se tornando o primeiro médico não só de Posse, mas de toda a região nordeste de Goiás.

Edgar Pereira dos Santos realizou um sonho, mas se deparou com muitos desafios. E foi vencendo cada um, com determinação, sabedoria, coragem e conhecimento.

O primeiro obstáculo enfrentado foi a falta de estrutura na região, que não contava com nenhuma unidade hospitalar. Em 2 de outubro de 1971, ele fundou o Hospital São José, que hoje leva o nome de Hospital Dr. Arquimedes Vieira de Brito, em homenagem ao único profissional de saúde que tinha no município.

No início de seu funcionamento, o hospital não contava com leitos próprios. Outro desafio que não intimidou Edgar Pereira dos Santos. Com a ajuda da comunidade, ele equipou o hospital com camas comuns, doadas pela população, e começou a trabalhar.

E trabalho não faltou ao jovem médico. Antes mesmo da conclusão do centro cirúrgico, Edgar Pereira dos Santos se viu obrigado a fazer uma cesariana e a operar uma apendicite supurada com anestesia local, porque não tinha agulha de raque no hospital.

Aos poucos, foi formando sua equipe de auxiliares. Com o apoio da esposa, Varmen Leodoro Pereira dos Santos, levou as duas parteiras que atuavam em Posse para trabalharem no hospital. Antes, as parteiras foram orientadas sobre o uso de luvas e a esterilização de materiais.

Trabalhando em Posse há 40 anos, Edgar Pereira dos Santos foi durante três décadas o único cirurgião da região. Nesse período, se deparou com muitas situações, que mais do que conhecimento em Medicina, exigiram do médico coragem e determinação para agir rápido e salvar a vida dos pacientes a espera de atendimento.

Foi assim, que operou o esôfago de um paciente, há 35 anos e hoje vê esse paciente em boas condições de saúde. Ao longo desses anos, Edgar Pereira dos Santos fez outras mais de 10 mil cirurgias.

As dificuldades enfrentadas para o exercício da Medicina e a sobrecarga de trabalho não o impediram de se dedicar à política. Pelo contrário, Edgar Pereira dos Santos acredita que o médico deve participar da política para lutar por obras e melhorias para a área da saúde.

Assim, entre 1976 e 1982, foi vice- prefeito de Posse e, de 1992 a 1996, foi prefeito da cidade, tendo construído grandes obras que compõe o complexo de saúde de Posse, como o hospital, maternidade e laboratório.

Em 2008, assumiu a Secretaria de Saúde de Posse e elaborou o projeto de hemodiálise e banco de sangue para o município. Um projeto, que por questões políticas, não saiu do papel.

Viuvo, ele é pai da médica geriatra Daniela, do médico veterinário Edgar Henrique, da enfermeira padrão Fabrícia e da médica pediatra Karenyna. Avô de Eduarda, Rafaela e Rafael Lucas, Edgar Pereira dos Santos é também um grande orgulho da Medicina goiana, que o Cremego tem a honra de homenagear.


José Vieira Filho (CRM número 532)


Filho do comerciante José Vieira e de Violeta da Silva Vieira, o médico José Vieira Filho nasceu em Nova Veneza, em 15 de agosto de 1932. Em 1962, formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina e Ciências Médicas do Rio de Janeiro.

Após a formatura, mudou-se para Goiânia. A convite do médico Francisco Ludovico de Almeida Neto, tronou-se professor assistente de fisiologia e anestesiologia na Universidade Federal de Goiás.

Na UFG, montou o Laboratório de Fisiologia Prática da Faculdade de Medicina. Seu pioneirismo o levou a fundar também a primeira sala de recuperação pós-anestésica de Goiás, no Hospital das Clínicas da UFG.

Fundou e dirigiu o Pronto-Socorro Respiratório de Goiânia e, em busca de melhores condições de trabalho para os médicos anestesiologistas, criou, em 1963, a Clínica de Anestesia de Goiânia.

A clínica, fundada em parceria com os médicos Jaci Rodrigues Pereira e Joarez Barbosa Prudente, é um marco na organização dos anestesiologistas em Goiás e implantou uma nova forma de trabalho conjunto e de remuneração dos especialistas.

Sempre dedicado ao estudo e à pesquisa, José Vieira Filho realizou e desenvolveu a técnica de bloqueio peribulbar em oftalmologia, tendo ministrado várias aulas, palestras e conferências sobre o assunto e contribuído para melhorar a assistência aos pacientes.

O cuidado com seus pacientes e interesse pelos estudos também resultaram em um fato que marcou a carreira do médico José Vieira Filho. Tudo aconteceu durante o atendimento a um jovem, de 20 anos de idade, que teria o braço amputado.

Antes de anestesiar o paciente, José Vieira Filho perguntou ao cirurgião qual era o motivo da amputação. Ao ser informado que a causa era desconhecida, José Vieira Filho, de forma corajosa, disse que não faria a anestesia e pediu ao colega cirurgião que lhe desse um prazo de 24 horas para que pudesse estudar o caso e buscar uma alternativa que evitasse a amputação do braço do rapaz.

Nas horas seguintes, ele estudou detalhadamente esse caso e encontrou uma solução. Foi feito um bloqueio do gânglio estrelado e, no outro dia, o cirurgião precisou amputar somente uma falange do dedo médio do paciente. A conduta ousada e determinada do nosso homenageado evitou a amputação do braço do jovem e é considerada por José Vieira Filho um marco em sua carreira.

Casado com a pianista e artista plástica Alexandrina Maria Xavier Vieira, José Vieira Filho é pai do oftalmologista Wagner José, da pianista Jeanine e de Maurício, falecido ainda criança.

Com título superior em anestesiologia, José Vieira Filho participou do livro Clínica de Anestesia – História e Memória, lançado em 2009. Por dez anos, foi também conselheiro do Cremego.

E é com grande satisfação que hoje o Conselho recebe e homenageia seu ex-conselheiro e um exemplo para a classe médica goiana.


Josiah Bailey Wilding (CRM número 406)


O médico Josiah Bailey Wilding nasceu na Escócia, em 14 de setembro de 1933, filho de Josiah Bailey Wilding e Henrietta Bulchan Wilding. Mas, sua história começa em terras goianas, na Ilha do Bananal, onde sua mãe, uma médica-missionária formada pela Universidade de Glasgow, trabalhava.

Grávida, ela retornou à Escócia, mas seis meses após o nascimento de Josiah Bailey Wilding, mais conhecido por Joe, a família voltou ao Brasil.

A mãe retomou o trabalho em um pequeno hospital da Ilha do Bananal, prestando assistência médica aos índios Carajás e aos ribeirinhos. O pai de Josiah Bailey Wilding morreu na região, vítima de malária.

Aos 4 anos de idade, Joe mudou-se para Anápolis, onde sua mãe passou a trabalhar com o médico James Fanstone, no Hospital Evangélico Goiano. Sempre acompanhando o trabalho da mãe, desde os primeiros anos de vida quando cruzavam o Rio Araguaia em barcos para levar assistência aos pacientes, Josiah Bailey Wilding logo viu surgir seu interesse pela Medicina.

Em 1950, ele foi para Belo Horizonte fazer o então curso Científico e, na capital mineira, já ingressou no curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Formou-se aos 25 anos de idade em 1958, na mesma turma dos colegas Celmo Celeno Porto e Raul Conde.

Formado, retornou a Anápolis, onde atuou por mais de 50 anos como médico clínico do Hospital Evangélico Goiano e médico perito do INSS. Entre 1962 e 1968, também trabalhou como assistente na Cadeira de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

Aposentado como médico perito, continua ativo, atuando como clínico e cardiologista. Segundo ele, movido por teimosia e vocação, palavras que no consultório se traduzem em zelo com o paciente.

E é como um médico zeloso, cuidadoso e preocupado em amparar, confortar e bem atender as pessoas, que os pacientes veem o Josiah Bailey Wilding. E esse jeito simples, humano e atencioso de atender os pacientes é um dos maiores exemplos que Josiah Bailey Wilding, um escocês de alma goiana, dá a toda a classe médica.

Casado com Jalma Soares, ele é pai da missionária Lisbeth; de Maira, que é diretora do Laboratório Evangélico em Anápolis; do engenheiro aeronáutico Abner e do empresário Marcus.

Cristão, é membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, onde foi presbítero por longos anos. É também um exemplo para os médicos e merecedor da homenagem prestada hoje pelo Cremego.


Naim Name (CRM número 269)


Natural de Cumari, cidade localizada no Sul de Goiás, o médico Naim Name nasceu em 1º de outubro de 1927, em uma família de origem árabe. Um dos caçulas dos 18 filhos de Jorge Name e Helena Miguel, Naim Name sempre encontrou nos pais um incentivo para os estudos e a base para uma vida com ética, respeito ao próximo e responsabilidade.

Com muitos planos e pouco dinheiro, Naim Name sabia que precisava estudar e trabalhar muito para realizar seus sonhos, entre eles o de ser médico. Assim, fez o ensino fundamental na cidade mineira de Araguari e se mudou para o Rio de Janeiro, onde concluiu o ensino médio e ingressou na Faculdade Nacional de Medicina da antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A origem humilde lhe rendeu histórias que hoje recorda com graça. Uma delas aconteceu logo após o ingresso na Faculdade de Medicina.

Com receio que os trotes dos colegas veteranos estragassem seu único terno, Naim Name ia para a faculdade como se fosse também veterano. A estratégia funcionou por um tempo, mas logo os colegas descobriram que ele era calouro. O resultado foi um banho de lama que sujou todo o terno azul. Como todo calouro, Naim Name ainda teve a cabeleira raspada pelos veteranos.

Em 1957, concluiu o curso de Medicina e voltou a Cumari, tendo trabalhado por sete anos em sua cidade natal. Em uma época de poucos recursos tecnológicos e serviços de saúde precários, teve de enfrentar e superar muitas dificuldades para garantir assistência médica aos pacientes de Cumari e de cidades vizinhas.

Em 1964, mudou-se para Goiânia.Trabalhou como plantonista e, no ano seguinte, a convite do amigo Suhail Rahal, foi trabalhar também no Hospital Evangélico, como ginecologista e obstetra.

O hospital funcionava em uma pequena construção na Avenida T-1, no Setor Bueno. Em 1970, os sócios Naim Name e Suhail Rahal inauguraram a nova sede do Hospital Evangélico, na esquina das Avenidas T-7 e T-1.

O hospital tornou-se uma referência em atendimento em áreas como ginecologia, obstetrícia e ortopedia. A sociedade estendeu-se por quase três décadas. Em 1995, a empresa foi vendida e o prédio do hospital foi alugado.

Após 40 anos de dedicação à Medicina e um sonho realizado, Naim Name viu que era hora de se aposentar. Hoje, aos 84 anos de idade, aproveita o tempo livre ao lado da família e amigos. Casado com Zilma Braga, Naim Name é pai do médico Carlos Name, da advogada Lúcia e do fazendeiro Flávio e avô de seis netos. E é com grande satisfação que o Cremego homenageia nesta noite um profissional que acreditou em seu sonho, estudou, se formou e muito honrou a Medicina goiana.



Olímpio Heitor de Paula (CRM número 332)


Filho de Cirilo Heitor de Paula e Maria de Paula Silveira, Olímpio Heitor de Paula nasceu em Inhumas no dia 7 de novembro de 1926. Concluiu o então curso primário no Grupo Escolar 19 de Março, em Inhumas.

Mas, para dar sequência aos estudos teve de deixar a cidade e se mudar para Silvânia, onde estudou no tradicional Colégio Anchieta. A preparação para o curso de Medicina lhe exigiu uma nova mudança.

Olímpio Heitor de Paula veio, então, para Goiânia e, aqui, estudou no Lyceu. Como outros médicos de sua geração, também teve de deixar Goiás para realizar o sonho de ingressar na Faculdade de Medicina.

Foi com esse objetivo, que se mudou para Belo Horizonte e ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Formou-se em 1954, aos 28 anos de idade.

Ainda em Belo Horizonte, fez pós-graduação em cirurgia geral no Hospital Felício Rocho. Concluído o curso, Olímpio Heitor de Paula fez o caminho inverso do que o levou à faculdade e retornou à pequena Inhumas.

Na cidade natal, trabalhou até 1959. Nesse período, prestou serviços à comunidade do município e região, carente na área da saúde.

No final da década de 1950, mudou-se para Goiânia e foi um dos fundadores do Hospital Santa Helena. No hospital, que é uma referência na área da saúde na capital, Olímpio Heitor de Paula trabalhou por 25 anos. Paralelamente, entre 1972 e 1979, prestou serviços também ao antigo Inamps.

Casado com Nair Simmons  de Paula, com quem ele divide a homenagem recebida hoje, Olímpio Heitor de Paula é pai do cirurgião plástico Paulo Renato, de Carlos Augusto, Anna Elizabeth, Paulo Henrique e Elson.

Após a aposentadoria como médico, Olímpio Heitor de Paula voltou às origens, em sua fazenda, levando a certeza de ter cumprido sua missão como médico. E mais: deixando um exemplo para os médicos goianos.

Por isso, é com grande satisfação que o Cremego o homenageia nesta noite.


Penido de Oliveira (CRM número 465)


Filho dos fazendeiros José de Oliveira e Olinda Lazinha, Penido de Oliveira nasceu na Fazenda Gongo, no município de Morrinhos em 10 de setembro de 1935.

Depois de concluir a primeira fase dos estudos em Morrinhos, mudou-se para Belo Horizonte, onde terminou o então curso científico e ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG. Formou-se em 1960.

Mas, antes da formatura, já começou a se dedicar ao ensino. Foi professor de bioquímica da Escola de Enfermagem Carlos Chagas da UFMG e paraninfo da turma de 1957. Também foi monitor e interno residente da primeira cadeira de clínica cirúrgica da Faculdade de Medicina da UFMG.

Entre 1958 e 1960, foi monitor da cadeira de técnica operatória e cirurgia experimental da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Católica da Minas Gerais.

Formado e especialista em cirurgia geral, ocupou outros cargos, como o de professor assistente da primeira cadeira de clínica cirúrgica da Faculdade de Medicina da UFMG e professor assistente da cadeira de técnica operatória e cirurgia experimental da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Católica da Minas Gerais.

Pós-graduado em administração hospitalar, apresentou o trabalho “Problemas dos hospitais do interior na conjuntura atual”, na 1ª Convenção Goiana de Hospitais, realizada em 1969. A qualidade da análise apresentada por Penido de Oliveira levou à escolha do trabalho para ser encaminhado ao Ministério da Saúde.

Penido de Oliveira também é co-autor de vários trabalhos publicados na área médica e fundador da Associação Médica de Morrinhos, tendo sido tesoureiro, secretário e presidente da entidade.

Ex-diretor do Hospital Nossa Senhora do Carmo, de Morrinhos, foi também membro da comissão organizadora dos cursos de clínica e cirurgia do aparelho digestivo em Goiânia, por 10 anos.

Clínico e cirurgião em Morrinhos há quase 50 anos, Penido de Oliveira é um pioneiro da medicina goiana. Em 1963, ele foi um dos primeiros médicos a realizar, com sucesso, cirurgias do coração em Goiás.

Penido de Oliveira foi casado com a farmacêutica Maria José de Mendonça, já falecida, com quem teve seis filhos: o zootecnista e veterinário Cláudio, as médicas Norma e Andrea, a advogada Laís, a administradora de empresas Flávia e o engenheiro agrônomo Sérgio. Do casamento com Jovelina Alves, teve o filho Andrei, administrador de empresas e fisioterapeuta. Também é pai adotivo do médico Jarbas, urologista em Morrinhos.

Em uma carta encaminhada ao Cremego, logo após ter sido comunicado da entrega dessa homenagem, Penido de Oliveira disse que recebe essa comenda com humildade, gratidão e estímulo para que continue a exercer essa profissão tão árdua, mas ao mesmo tempo tão gratificante.

Saiba, Dr. Penido, que a gratidão é nossa, pois seu trabalho e seu exemplo são um estímulo para que toda a classe médica exerça a profissão com dignidade e ética. Receba os agradecimentos do Cremego.


Ruy Ignácio Carneiro (CRM número 818)


Filho de Sandoval Ignácio Carneiro e Mariana Ayres Carneiro, Ruy Ignácio Carneiro nasceu no dia 14 de março de 1936, em Catalão.

Formou-se em Medicina em 11 de dezembro de 1965, em Goiânia, na primeira turma de formandos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, que teve como patrono o médico Altamiro de Moura Pacheco.

Após a formatura, mudou-se para São Paulo, onde fez o internato e residência médica no Hospital do Servidor Público do Estado. Em 1968, concluída a residência, voltou para Goiânia e começou sua carreira como médico na Santa Casa de Misericórdia, atuando especialmente na área de neurocirurgia.

Em março de 1968, junto com os colegas Sebastião Eurico de Melo-Souza, Orlando Martins Arruda e Roberto Arão Gomes, fundou a Clínica Neurológica de Goiânia. Com seu trabalho, pioneirismo, coragem e determinação, Ruy Ignácio Carneiro foi despontando como uma das principais referências na área de neurocirurgia não só em Goiás, mas nacional e internacionalmente.

Em novembro de 1975, ampliou a parceira com os colegas Sebastião Eurico de Melo-Souza, Orlando Martins Arruda e Roberto Arão Gomes e inaugurou o Instituto de Neurologia de Goiânia, juntamente também com os médicos Abdo Badim, Paulo Affonso do Egyto Guimarães, Henrique da Veiga Lobo e Valter da Costa.

Passados 36 anos da fundação, o Instituto, mais conhecido como Hospital Neurológico, é uma referência internacional na área da saúde. Apesar de exercer função de direção do hospital, Ruy Ignácio Carneiro, ainda trabalha diuturnamente na unidade, atendendo todos os pacientes que o procuram.

Nesses 46 anos dedicados à Medicina, Ruy Ignácio Carneiro sempre seguiu à risca o Juramento de Hipócrates, trabalhando para aliviar as dores dos pacientes. Ao longo desses anos, em muitas ocasiões, se deparou com situações bem diferentes das que encontra hoje, quando conta com o respaldo da tecnologia e todos os avanços na área médica.

Em uma ocasião, viu-se diante de uma vítima de acidente, que chegou ao hospital com o cérebro exposto. Ruy Ignácio Carneiro usou seu conhecimento, agiu com segurança e, digamos, até ousadia e operou o paciente, salvando sua vida.

São atitudes como essa e a grande dedicação à Medicina, que contribuem para a valorização da classe médica e o engrandecimento da nossa profissão.

Casado com Marielsa Loiola de Paula Carneiro, Ruy Ignácio Carneiro é pai dos médicos Sandoval Inácio Carneiro, Marilena Loiola de Paula Carneiro Leão e Ruy Inácio Carneiro Filho. Para o Cremego é uma grande honra homenageá-lo nesta noite em que comemoramos o Dia do Médico.



Senhores e Senhoras,


Como vimos, a trajetória de coragem, pioneirismo, o espírito desbravador e inovador de nossos homenageados nos servem de exemplo. E mais: nos dão ânimo para continuarmos trabalhando e lutando em defesa da profissão médica e da saúde.


E hoje, essa luta se faz ainda mais necessária, pois, lamentavelmente, a classe médica enfrenta muitas dificuldades. Passamos por um período de grande desvalorização da medicina e dos médicos. Desvalorização esta promovida pelos governos nos três níveis: municipal, estadual e federal. Isso tem reflexos extremamente significativos para os médicos e para a sociedade.


Apesar da evolução tecnológica e das novas descobertas da ciência registradas nas últimas décadas, os médicos continuam se deparando com condições precárias de trabalho na rede pública de saúde.


Convivemos ainda com a baixa remuneração dos nossos serviços e com a frequente interferência dos gestores do sistema público de saúde e das operadoras de planos de saúde em nossa autonomia profissional. O médico deve ser senhor de sua vontade e escravo de sua consciência.

Outro desafio que enfrentamos é a falta de regulamentação da profissão. O projeto de lei que regulamenta o exercício da Medicina tramita no Congresso Nacional desde 2002.

Em 2006, foi aprovado no Senado. Em 2009, foi votado e aprovado na Câmara dos Deputados. De volta ao Senado, aguarda agora a apreciação das Comissões de Assuntos Sociais e Constituição e Justiça e nova votação no plenário.


No dia 20 de setembro último, assumimos a coordenação da Comissão Nacional em Defesa da Regulamentação da Medicina. Mas, ressaltamos, que essa luta depende do envolvimento de todos nós. E o Cremego conta com a participação da classe médica goiana.


O exemplo dos nossos homenageados, os desafios enfrentados e vencidos por eles no passado nos motivam a continuar trabalhando em defesa do respeito, de condições dignas de trabalho e de remuneração justa para os médicos.


Os senhores são um exemplo para todos nós. Parabéns drs. Antônio Carlos Ximenes, Edgar Pereira dos Santos, José Vieira Filho, Josiah Bailey Wilding, Naim Name, Olímpio Heitor de Paula, Penido de Oliveira e Ruy Ignácio Carneiro. Recebam os agradecimentos do Cremego por tudo o que fizeram e ainda fazem pela Medicina. A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las e vocês merecem.


Antecipadamente, cumprimentamos também todos os colegas médicos pelo Dia do Médico. Parabéns e muito obrigado pela presença no Cremego, que é a casa de vocês.

Agradecemos também a presença de todos os senhores e senhoras nessa solenidade. Muito obrigado e boa noite.

 

 

Homenagem é prestada desde 2005

Esse é o sétimo ano consecutivo que o Cremego comemora o Dia do Médico com a entrega da comenda Honra ao Mérito Profissional Médico. A honraria foi criada para marcar as celebrações dessa data com uma homenagem a profissionais com mais de 35 anos de atuação, uma conduta ético-profissional considerada exemplar para a classe médica e a sociedade e que tenham contribuído para o desenvolvimento e a valorização da medicina goiana. Confira os médicos que já receberam a homenagem:


2005: Cláudio de Almeida Borges, José César de Castro Barreto, José Quinan, Luiz Rassi e Philemon Xavier de Oliveira

2006: Aldemar de Andrade Câmara, Anis Rassi, Francisco Ludovico de Almeida Neto e Joffre Marcondes de Rezende

2007: Anapolino Silvério de Faria, Dilair de Faria Vasconcellos e William Barbosa

2008: Eleuse Machado de Britto Guimarães, Hélio Freire Nogueira, Jesus Benedicto de Mello, Manoel dos Reis e Silva, Omar Carneiro e William José Álvares

2009: Abílio Maranhão Gonçalves, Adalberto Cavarsan, Aluízio Ramos de Oliveira, Dalmo Barbosa de Castro, Francisco Filgueiras Júnior, Jamil José Daher e Walter Hugo Frota

2010: Ary Monteiro do Espírito Santo, Dilson Antunes de Oliveira, Edemundo Fernandes de Carvalho, Iraydes Duarte da Cunha Freitas, José Cassiano Neto, Marcius de Santana Rios e Cyro Campos

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