A quantidade de médicos em Goiás duplicou de 2011 para cá, segundo dados da Demografia Médica 2024, elaborada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (8), aponta que o estado tinha 9.898 médicos há 13 anos e, agora, conta com 21.215 profissionais. Com isso, a densidade por mil habitantes também cresceu: passou de 1,65 para 2,93 médicos por cada grupo de mil pessoas.
Em Goiás, são 11.393 médicos e 9.822 médicas. A média de idade desses profissionais é de 42,57 anos, enquanto a média do tempo de formado chega a 16,16 anos. Na distribuição pelo território, verifica-se 12.801 médicos atuando na capital, Goiânia, ou seja, 60% do total, e 8.414 no interior.
Por ter mais médicos, Goiânia se destaca com uma média de densidade médica seis vezes superior à registrada no interior da unidade da federação. Na capital, são 8,67 médicos para cada mil habitantes. Já no interior, é 1,46 por mil habitantes. A maioria dos médicos tem Registro de Qualificação de Especialidade Médica (RQE): 10.831. Outros 10.384 não são especialistas (não têm RQE).
“Os dados indicam que o estado conta hoje com mais médicos. Mas a que custo? Observamos a criação indiscriminada de escolas médicas no País sem critérios técnicos mínimos, o que afeta a qualidade da formação em medicina. Outra questão a ser observada é que o aumento do número de médicos depende também de melhores condições de trabalho e de estímulo aos profissionais no cumprimento de sua missão. A qualidade da assistência não é uma questão apenas matemática, mas que exige planejamento e boa gestão”, afirma o presidente do CFM, José Hiran Gallo.
O Cremego tem trabalhado para combater os problemas que ameaçam a qualidade do trabalho médico, como a falta de especialistas em serviços especializados, como o atendimento pediátrico e psiquiátrico; as más condições de trabalho, incluindo a violência contra os médicos; a baixa remuneração dos profissionais; a falta de estrutura de faculdades de medicina e a invasão da área médica por não médicos.
A presidente do Cremego, Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, ressalta que a Ouvidoria do Conselho funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, para orientar os médicos e receber denúncias de ameaças ao exercício da profissão. “Todas as denúncias são avaliadas e trabalhamos para solucionar os problemas”, diz a presidente, destacando que o Conselho atua em defesa da ética médica e da boa assistência à população.
Brasil – A Demografia Médica 2024 do CFM revela que, nunca antes na história, o País contou com tantos médicos como atualmente. O levantamento mostra que o Brasil tem hoje 575.930 médicos ativos, uma das maiores quantidades do mundo. O número resulta em uma proporção de aproximadamente 2,81 médicos por mil habitantes, a maior já registrada na história nacional.
Desde o início da década de 1990, a quantidade de médicos mais que quadriplicou, passando de 131.278 para a atual, registrada em janeiro de 2024. Este crescimento, impulsionado por fatores como a expansão do ensino médico e a crescente demanda por serviços de saúde, representa um aumento absoluto de 444.652 médicos, ou seja, 339%, em termos percentuais.
Comparando os crescimentos da população em geral e da população médica, é possível ver que o total de médicos aumentou oito vezes mais do que o da população em geral, durante esse período. Em termos absolutos, a população brasileira passou de 144 milhões em 1990 para 205 milhões em 2023, conforme dados do IBGE.