O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) vai intensificar a fiscalização e a punição aos médicos que insistem na prescrição indiscriminada de implantes hormonais para fins estéticos, de rejuvenescimento, perda de peso, ganho de massa e de promessas de uma vida mais saudável.

A medida de combate a essa prescrição sem comprovação científica, condenado pelo Cremego e por Sociedades de Especialidades Médicas, foi anunciada ontem, 11, pela presidente do Conselho, Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, durante uma plenária temática que debateu o assunto.

Há anos, o Cremego vem se posicionando publicamente contra esse tipo de prescrição e alertando a população sobre os riscos que uso indiscriminado hormônios representa para a saúde.

Essa grave ameaça à saúde também foi tema de uma carta divulgada no fim de 2023, na qual várias Sociedades de Especialidades Médicas alertavam que “não existe dose, tampouco acompanhamento médico que garanta segurança para o uso de hormônios para fins estéticos ou de performance”.

Na plenária temática, diretores e conselheiros do Cremego, médicos e representantes das regionais goianas das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, Urologia, Cardiologia, Geriatria e Mastologia reiteraram que a terapia hormonal para rejuvenescimento, emagrecimento, ganho de massa ou qualquer outro fim estético atende unicamente a interesses da indústria e de médicos que atropelam a ética médica e insistem na prescrição de procedimentos sem comprovação.

A presidente do Cremego voltou a alertar a população que não se submeta a esses tratamentos. “A terapia hormonal tem indicações específicas e a busca da beleza e da juventude eterna não é uma delas”, afirmou.

Sheila Soares Ferro Lustosa Victor explicou que o Cremego tem feito uma busca ativa nas redes sociais, onde os anúncios destes supostos tratamentos têm ganhado espaço, e punido os responsáveis por infração à ética médica.

“Mas, não conseguimos fiscalizar todos”, observou a presidente, que pediu ajuda à classe médica e à sociedade para que denunciem os profissionais que oferecem essas terapias. As denúncias podem ser encaminhadas à Ouvidoria do Cremego pelo telefone (62) 3250 4930 ou pelo e-mail ouvidoria@cremego.org.br.

Os médicos fiscalizados podem responder a processo ético-profissional. Se confirmada a infração, eles podem ser punidos com penas que incluem a advertência confidencial, censura confidencial, censura pública, suspensão e cassação do direito de exercício da medicina.

O Cremego, em parceria com Sociedades de Especialidades Médicas, também vai fortalecer as campanhas educativas voltadas para o esclarecimento da população sobre os riscos do uso equivocado dos implantes hormonais, que incluem, por exemplo, danos ao fígado, rins, infarto e até óbito.

A plenária temática, coordenada pelo ex-presidente do Cremego, ginecologista e obstetra Aldair Novato Silva, foi aberta a todos os médicos e realizada no formato híbrido, com transmissão pela plataforma Zoom e reunião presencial na sede do Cremego.

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