Unidades de saúde superlotadas com cada médico atendendo entre 50 e 70 pacientes por período; escassez de médicos, principalmente de especialistas; longas filas com tempo de espera por atendimento de até três horas; dificuldade para a transferência de pacientes graves, o que compromete a qualidade e a segurança da assistência; falta de organização dos serviços; higiene e segurança precárias; falta de insumos; médicos inseguros, inclusive com o vínculo empregatício, e pacientes extremamente insatisfeitos, chegando a agredir profissionais de saúde.

Foi nesta situação que a presidente do Cremego, Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, e o conselheiro Robson Azevedo, encontraram unidades de saúde da rede pública da capital durante vistorias realizadas nos dias 7, 9 e 10 de março. Eles estiveram nos Cais e Ciams Chácara do Governador, Vila Nova, Jardim América, Novo Horizonte, Campinas e Bairro Goyá.

Além de todos esses problemas que afetam seriamente as boas práticas, as condições de trabalho médico e a assistência à população, os médicos também se queixaram da falta de diálogo com a Secretaria Municipal de Saúde.

Em busca de soluções para esses problemas, que resultaram na agressão de dois médicos nos últimos dias e levaram a categoria a suspender o atendimento na rede pública da capital, o Cremego recebeu ontem, 14, o secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara.

A presidente e conselheiros cobraram da Secretaria melhores condições de trabalho para os médicos, mais segurança, garantia de remuneração digna – além de atrasos nos pagamentos, os médicos convivem com baixos valores pagos -, e a contratação de especialistas, como pediatras.

Sheila Soares Ferro Lustosa Victor observou ter ficado deprimida ao entrar em um dos Cais e constatar a superlotação, falta de álcool, água e sabão para a higienização das mãos e a precariedade da segurança, que põe em risco médicos e pacientes.

O secretário falou sobre a contratação de mais médicos, a remuneração de empresas terceirizadas apenas após o pagamento dos médicos – para evitar atrasos – e a contratação de segurança privada para as unidades de saúde. Pollara afirmou estar sempre aberto ao diálogo com o Cremego e pronto para atender as reivindicações do Conselho.


Estado

O secretário Estadual de Saúde, Rasível dos Reis, também participou da reunião. Dentre as reivindicações do Cremego apresentadas e ele estão o agendamento de uma reunião com o governador Ronaldo Caiado. “Desde que assumi a presidência do Cremego, em outubro passado, tentamos uma audiência com o governador, que é médico, mas não conseguimos”, observou a presidente.

A contratação de um médico psiquiatra para a gerência de Saúde Mental do Estado e o reajuste dos valores pagos aos médicos que prestam serviços ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) foram outras reivindicações. Esses valores estão congelados há sete anos, embora as taxas do Detran tenham sido reajustadas em 17% neste período.

Rasível dos Reis comprometeu-se a intermediar o diálogo com a presidência do Detran e para o agendamento da reunião com o governador. Ele citou ter dificuldade para a contratação de psiquiatra para a gerência devido ao baixo valor da remuneração do cargo.

A superlotação e a falta de registro de médicos e da empresa, inclusive do diretor técnico desta OS, que atuam no Hospital Estadual da Mulher (Hemu) também foram criticados pelo Cremego, que cobrou do secretário a solução destes problemas.

A presidente do Cremego ressaltou que o Conselho tem investido na educação continuada dos médicos, com a promoção de diversos cursos, e tem também fiscalizado as unidades de saúde a fim de assegurar aos profissionais condições dignas de trabalho e remuneração e a melhoria da assistência à população. O Conselho vai acompanhar a solução dos problemas apresentados aos secretários.

Youtube Instagram Facebook
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.