CREMEGO NA MÍDIA – 29 E 30/10/14
Todas as notícias abaixo reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos veículos citados
TV ANHANGUERA (para acessar a matéria, clique no link)
Cremego publica resolução proibindo atos médicos em clínicas e salões de beleza em Goiás
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-1edicao/t/edicoes/v/cremego-publica-resolucao-proibindo-atos-medicos-em-clinicas-e-saloes-de-beleza-em-goias/3728972/
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Clínica é interditada após mulher morrer ao tentar aumentar o bumbum
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-2edicao/t/edicoes/v/clinica-e-interditada-apos-mulher-morrer-ao-tentar-aumentar-o-bumbum/3727283/
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O POPULAR
Artigo – Em defesa do paciente
Já está em vigor a nova resolução que proíbe a atuação de médicos em centros de estética, salões, institutos de beleza e estabelecimentos similares que não cumprem as normas mínimas para o funcionamento de consultórios médicos e dos complexos cirúrgicos para procedimentos com internação de curta permanência. Trata-se de uma decisão importante do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) com o objetivo de preservar a saúde e bem-estar dos pacientes que ao optar por alguma intervenção estética estão em busca de realização pessoal, melhora da autoestima.
A nova decisão foi votada e aprovada em 4 de setembro deste ano e publicada noDiário Oficialdo Estado coincidentemente dias depois da morte de uma mulher de 39 anos que não resistiu às complicações de uma aplicação de hidrogel nas nádegas em clínica estética de Goiânia.
Segundo a lei que regulamenta o exercício da medicina, procedimentos com corte só podem ser feitos por médicos. Caso contrário, é exercício ilegal da profissão.
Apesar de todos os riscos, a aplicação é realizada por alguns médicos e existem até casos em que é indicada. Fica o alerta: todo procedimento ou ainda qualquer substância a ser injetada no organismo tem que ser muito bem avaliada por um profissional qualificado, pois a maior parte é irreversível e suas consequências podem ser catastróficas.
O perigo dos possíveis efeitos negativos de algum tipo de aplicação está também na falta de um tratamento adequado. Se apresentar complicação, o que os médicos podem fazer é retirar o produto e cuidar para que o quadro não evolua, com cirurgias e com medicamentos apropriados para o problema.
Já os cuidados que devem ser tomados são: evitar exposição ao sol ou frio; não usar medicamentos sem receita indicada pelo médico para dor ou diminuição de edema; usar malha de compressa para manter a modelagem desejada e procurar imediatamente o profissional qualificado se apresentar algum tipo de problema.
Sempre alerto as pacientes que alguns cuidados são imprescindíveis ao decidirem por algum procedimento estético, como avaliar criteriosamente as condições físicas da pessoa, a necessidade de fazer todos os exames pré-operatórios e uma conversa franca entre o profissional e a paciente. Uma avaliação criteriosa de um médico especialista, seja ele da área clínica ou cirúrgica, é também primordial, pois apenas ele está qualificado para indicar o que é melhor para o paciente. Respeitar todos estes quesitos aumenta as chances de sucesso do procedimento, garantindo mais tranquilidade ao profissional e para quem busca melhorar a autoestima.
Pedro Torminn é cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Conselho Científico da SBCP – Seção Goiás e da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia
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O HOJE
Médicos não podem atuar em centros de estética
Segundo Cremego, motivação de medida é porque esses locais não atendem condições mínimas para atividade médica
Marcelo Tavares
Desde ontem, uma nova regra do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) proíbe que médicos exerçam atividade em estabelecimentos de estética, como salões ou institutos de beleza. O motivo é que esses locais, por não terem inscrição no Cremego, não podem ser fiscalizados. Ou seja, o órgão não sabe se esses locais cumprem as medidas mínimas para funcionamento de consultórios médicos ou complexos cirúrgicos que ofereçam segurança no atendimento ao paciente e ao exercício médico.
A nova medida é divulgada após a recente morte da ajudante de leilões Maria José Medrado, de 39 anos, que morreu no último final de semana após a aplicação de um hidrogel, chamado Aqualift, na região das nádegas da mulher. A paciente teve complicações depois da aplicação e morreu 24 horas após o procedimento.
Apesar de a coincidência da resolução começar a vigorar após a morte de Maria José, o presidente do Cremego, Erso Guimarães, explica que a nova norma não foi motivada pelo caso, já que a resolução estava sendo trabalhada pelo conselho desde o início do ano e foi aprovada em 4 de setembro. Segundo Guimarães, a maior motivação da nova regra é o fato de alguns profissionais estarem se vinculando a institutos ou centros de beleza com a criação de consultórios nesses espaços.
Ele explica que, como esses centros estéticos não estão vinculados ao Cremego, como ocorre com clínicas e hospitais, o órgão não pode e não tem competência para fiscalizar esses espaços. “Mesmo um simples consultório em um instituto de estética precisa seguir padrões estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para garantir a segurança do trabalho do médico e do atendimento que o cidadão vai receber”, explica Erso Guimarães.
Especialidade
Outro motivo para a resolução é que, apesar de os profissionais médicos estarem autorizados a exercer a medicina na sua plenitude, desde que tenham especialização para isso, ainda não existe nenhuma especialidade médica na área estética. Segundo o presidente do Cremego, a dermatologia e cirurgia plástica são as especialidades que mais se aproximam da área estética, mas para o exercício da atividade é preciso que o atendimento ocorra em local seguro e adequado com as normas do CFM.
“A maioria da praticas estéticas não são regularizadas e não tiveram um trâmite habitual de avaliação de risco, de segurança ao paciente, de efeitos colaterais, de consequências e, em decorrência disso, o Cremego decidiu normatizar a atuação dos médicos nessa área da estética”, ressalta Erso Guimarães.
Segundo o presidente do Cremego, ainda não há uma estimativa de profissionais no Estado que atuam em institutos ou salões de beleza, mas isso será possível levantar agora com a fiscalização que o órgão vai desempenhar para notificar os profissionais que estiveram vinculados a esses espaços.
Guimarães ressalta que a presença de médico nesses locais pode confundir a população, já que o profissional presente nesses espaços pode levar certificação para os ambientes.
Cremego diz que não pode investigar morte
Erso Guimarães, presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), também afirmou que, no caso da ajudante de leilões Maria José Medrado, que fez o procedimento com uma biomédica, a entidade não pode atuar, já que não há profissional médico envolvido na realização da aplicação do hidrogel. “Este é mais um caso de polícia”, esclarece.
Guimarães ressalta que é preciso maior fiscalização das autoridades competentes nos espaços que oferecem tratamentos estéticos porque para qualquer procedimento, mesmo que estético, é necessário um ambiente asséptico e que o profissional saiba distinguir a dosagem do produto que é terapêutica, tóxica ou mesmo letal.
Na terça-feira (28) a Vigilância Sanitária Municipal fechou a clínica de estética onde Maria José Medrado passou pelo procedimento. O espaço no Parque das Laranjeiras, região sul de Goiânia, não tinha alvará de funcionamento. Alguns produtos no local também foram levados pelos fiscais da Vigilância Sanitária.
Polícia
A morte da Maria José está sendo investigada pelo 17º Distrito Policial. Segundo a delegada Myrian Vidal, as investigações estão no início. Hoje, ele ouvirá familiares da vítima e também a proprietária da clínica estética, que foi alugada por uma biomédica que realizou o procedimento na ajudante de leilões.
“O caso foi registrado como morte a esclarecer. Agora vamos investigar se foi uma morte natural ou por algum tipo de falta de cuidado da profissional que realizou o procedimento”, diz Vidal.
Até a manhã de ontem, agentes da Polícia Civil tentava localizar a biomédica que realizou a aplicação do hidrogel em Maria Jose.
Em 2012, duas mortes foram registradas
Os casos de mortes de pacientes durante cirurgias ou tratamentos para fins estéticos não são raros em Goiás. Em dezembro de 2012, a modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos, conhecida como Miss Jataí, morreu durante uma cirurgia plástica para implante de silicone nos seios.
Durante o procedimento, realizado em um hospital no Parque Amazônia, em Goiânia, ela teve uma parada cardíaca e os médicos não conseguiram reverter o quadro. Como no local não havia Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a paciente precisou ser transferida para outro hospital, mas ela não resistiu e morreu.
Na época da morte da modelo, os médicos que atenderam Louanna disseram que as reações da jovem à medicação durante a cirurgia eram semelhantes à de quem teria feito uso de cocaína, mas um lado do Instituto Medico Legal (IML) comprovou que a jovem não era usuária de drogas.
Outro exame feito em Brasília já contestou o laudo e apontou a presença de cocaína no organismo da modelo. A Polícia Civil chegou a investigar a morte da modelo, mas o inquérito foi concluído sem a responsabilização dos profissionais que realizaram o procedimento.
Também em dezembro de 2012, a dona de casa Juliana Paula Silva, de 26 anos, morreu devido ao uso de medicamentos compostos pelo antidepressivo fluoxetina e por sibutramina, substância que, apesar de ter sido liberada pelo Senado Federal este ano, era proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na época. A substância é muito usada para tratamentos de emagrecimento, mas mitos médicos questionam seu uso.
Na época foi apurado pela polícia que os medicamentos haviam sido prescritos a Juliana por uma nutricionista.
PORTAL G1/GOIÁS
Mulher relatou medo de morrer após aplicação para aumentar bumbum
Ela trocou mensagens com a suposta biomédica que fez o procedimento.
No texto, ela ainda disse que tremia e tinha falta de ar, em Goiânia.
Paula Resende
Após fazer uma aplicação de hidrogel no bumbum, a paciente Maria José Medrado de Souza Brandão, 39 anos, disse que estava passando mal e com medo de morrer à suposta biomédica que fez o procedimento em uma clínica estética de Goiânia. “[Estou] tremendo muito e com uma falta de ar enorme”, relatou a mulher, pelo aplicativo de celular Whatsapp, antes de falecer em um hospital, na madrugada do último sábado (25).
Maria chegou a perguntar se o hidrogel poderia ir para a corrente sanguínea. Mas a profissional negou e disse para ela se acalmar: “Não tem perigo, pode ser pela tensão mesmo”.
O procedimento para aumentar o bumbum foi feito na sexta-feira (24). No mesmo dia, Maria foi encaminhada ao Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) do Setor Vila Nova. Em seguida, a levaram para o Hospital Jardim América, onde foi internada, na Unidade de Terapia Intensiva.
Segundo a família, Maria morreu por volta das 5h de sábado com quadro suspeito de embolia pulmonar, mas a causa da morte só será confirmada pelo laudo do IML, que deve ser concluído na próxima sexta-feira (31). A Polícia Civil investiga o caso.
Primeira sessão
Essa foi a segunda vez que Maria aplicou o hidrogel no bumbum. Ela voltou a passar pelo procedimento porque não gostou do resultado da primeira sessão, feita em 12 de outubro, em um hotel deGoiânia.
Logo após a aplicação inicial, Maria também enviou mensagens para a profissional dizendo que estava “muito assustada” com o resultado: “Só choro e choro”. Segundo a vítima, uma lateral das nádegas estava maior que a outra, diferente de como ela queria que ficasse “redondinha e empinada”.
A mulher, que se apresentava como biomédica, a tranquilizou: “Não vai ficar desse jeito, pode ficar tranquila flor, não tira porque você vai se arrepender”. Dois dias depois o primeiro procedimento, Maria disse à profissional que já estava melhor e agradeceu a disponibilidade dela, mas que queria fazer a correção.
Interdição
A segunda aplicação foi feita em uma sala alugada de uma clínica estética do Setor Parque das Laranjeiras. A Vigilância Sanitária Municipal interditou o estabelecimento na última terça-feira (28) porque o local não tinha a documentação necessária para funcionar.
A clínica pertence a uma enfermeira, que estava no local, mas não quis falar com a imprensa. Além da interdição, ela também recebeu uma multa no valor de R$ 2 mil.
Aos fiscais, a mulher afirmou que alugou uma das quatro salas da clínica para que a suposta biomédica fizesse a aplicação. Pela diária, na última sexta-feira (24), dia em que foi realizado o procedimento, ela pagou R$ 250. Segundo o chefe da Divisão de Fiscalização em Saúde da Vigilância Sanitária Dagoberto Costa, a dona da clínica disse que não sabia o que seria realizado, mas, mesmo assim, ela deve responder pela morte.
Investigação
O boletim de ocorrência foi registrado por familiares da vítima ainda no sábado, no 8º Distrito Policial de Goiânia. Na segunda-feira (27), o caso foi transferido à Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH). Porém, nesta terça-feira (28), a polícia informou que a morte será investigada pelo 17º Distrito Policial, que atua na área do Parque das Laranjeiras, onde é situada a clínica.
Os filhos e uma amiga de Maria prestaram depoimento na terça-feira. Delegada responsável pelo caso anteriormente, Tatiana Barbosa explicou que a suposta biomédica pode ser indiciada por homicídio culposo.
Ato exclusivo de médicos
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Luiz Humberto Garcia de Souza explicou aoG1 que o procedimento invasivo no glúteo é delicado e só pode ser realizado por médicos devidamente qualificados.
De acordo com o especialista em cirurgia plástica, há uma grande possibilidade de a paciente ter tido embolia pulmonar em virtude da aplicação no glúteo. “Esse produto é um gel muito articulado, são partículas muito pequenas que têm facilidade de penetração vascular e que podem ser levadas em um volume massivo para a árvore venosa do pulmão, gerando um caso gravíssimo de embolia pulmonar”, conclui.
Diante do ocorrido, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) publicou uma resolução proibindo o trabalho médico em estabelecimentos como clínicas de estética e salões de beleza. A norma começa a vigorar na quarta-feira (29).
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação
Cremego