Depois de denunciar a precariedade das condições de funcionamento de rede pública de saúde em Goiás ao Ministério Público Federal, o Cremego recorreu também ao Ministério Público Estadual (MP-GO) em busca de uma solução para a crise histórica que atinge as unidades administradas pela Secretaria Estadual e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Ontem (15), o presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, e o 2º secretário do Conselho, Erso Guimarães, reuniram-se com o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, para discutir o assunto.

Foram entregues ao procurador-geral seis volumes de relatórios  das vistorias feitas pelo Cremego no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Hospital Geral de Goiânia (HGG), Hospital Materno Infantil (HMI), Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) e Pronto-Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, Cais e Ciams da capital.

Nos relatórios, o Conselho aponta as principais deficiências encontradas nessas unidades e que vêm comprometendo o trabalho dos médicos e a assistência aos pacientes. Entre as deficiências detectadas pelo Cremego e denunciadas ao MP-GO estão a falta de alvará sanitário na maioria dos hospitais, o déficit de médicos e a consequente sobrecarga dos profissionais lotados nessas unidades e a falta de materiais, medicamentos e equipamentos essenciais para o atendimento à população.

O 2º secretário do Cremego informou ao procurador-geral que as más condições de trabalho são as principais queixas dos médicos que atuam na rede pública. “Diariamente, a Ouvidoria do Cremego registra essas reclamações”, disse Erso Guimarães.

O presidente do Cremego ressaltou a preocupação do Conselho com o caos que atinge a rede pública de saúde. “É uma crise sem precedentes e que vem se agravando, com os médicos tendo de escolher qual paciente será atendido e qual ficará sem assistência”, afirmou Salomão Rodrigues Filho, que espera que o MP-GO adote medidas que possam ajudar a sanar essa crise.

Benedito Torres Neto afirmou que os relatórios recebidos do Cremego vão ajudar o MP-GO no acompanhamento que já é realizado sobre as unidades. Ele salientou que deve manter a parceria que já tem com o MPF em outros assuntos semelhantes para o caso e ressaltou que o MP-GO conta com o Cremego no esforço que tem empreendido para assegurar que os recursos destinados à saúde sejam eficientemente aplicados, citando, por exemplo, que gestores não podem se furtar de licitar para adquirir produtos e serviços que não sejam de urgência.

O procurador-geral também quis saber a opinião do Conselho sobre a instalação em Goiás das Unidades de Pronto-atendimento (UPAs) por parte do Governo Federal. Ele questionou se as 100 UPAs previstas para serem implantadas em Goiás poderão aliviar unidades, como o Hugo. Para o presidente do Cremego, as UPAs darão um suporte inicial aos pacientes, mas os casos que necessitarem de assistência hospitalar terão de ser encaminhados a outras unidades, o que exigirá a abertura de mais leitos de UTIs no Estado.

(Com informações e foto: MP-GO)

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