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Secretário de Saúde de Olinda tratou 15 pacientes com auto-hemoterapia Angela Lacerda, OLINDA O médico-cirurgião e secretário de Saúde de Olinda (PE), João Veiga Filho, decidiu nesta semana suspender temporariamente uma pesquisa piloto com pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que sofrem de artrite e receberiam tratamento de “auto-hemoterapia”. O procedimento consiste na retirada de sangue do paciente e a imediata aplicação em seu próprio músculo. A decisão foi tomada depois que o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) publicou nota de alerta, dizendo que o procedimento “não é aceito nos meios científicos” e informando que as pessoas que se sentirem prejudicadas pela prática devem recorrer à Justiça. O Cremepe também abriu sindicância para apurar se houve algum tipo de infração ao código de ética médica pelo secretário municipal de Saúde. Veiga Filho iniciou a pesquisa piloto em janeiro. O objetivo era validar o procedimento como coadjuvante no tratamento da doença. A primeira etapa da pesquisa foi feita com 15 pessoas que, fazendo uso de medicamentos, se submeteram a aplicações semanais de 10 ml do próprio sangue, feitas ou supervisionadas pelo secretário. Essa fase, autorizada por cada um dos pacientes, durou oito semanas. Os 15 se queixavam de dores e limitações de movimento. Após as sessões, segundo o médico, 8 disseram não sentir mais dores e 7, que as dores diminuíram. Além disso, 5 afirmaram ter recuperado os movimentos e 10 informaram que as limitações foram reduzidas. O secretário começaria uma nova etapa com outros pacientes, mas decidiu suspendê-la, “para não expor os pacientes nem a prefeitura”. PROPAGANDA ENGANOSA “A propaganda do método é enganosa”, diz o presidente do Cremepe, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, que segue a posição do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), contrários à prática. Em abril, a Anvisa publicou nota técnica dizendo que “a Sociedade de Hematologia e Hemoterapia não reconhece o procedimento auto-hemoterapia” e que “as vigilâncias sanitárias deverão adotar as medidas legais cabíveis”. Veiga Filho rebate: “Também não há estudos que a condenem. Então por que não estimular investigações que levem a uma conclusão científica?” À frente da Câmara Técnica de Hematologia e Hemoterapia do Cremepe, Adérson Araújo defende a realização de estudos científicos que comprovem ou não a eficácia e a segurança do método. (Fonte: O Estado de S. Paulo, 23/05/07)

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